O governo da Bielorrússia emitiu uma ordem de extradição de Angelica Agurbash. A cantora é acusada de "criar inimizade e discórdia social", bem como de insultar publicamente o presidente Alexander Lukashenko, podendo ser condenada a 12 anos de prisão.
A Procuradoria Geral da Bielorrússia solicitou uma ordem de extradição contra a cantora Angelica Agurbash, representante do país no Festival Eurovisão 2005. Segundo avança a delegação britânica da BBC na Rússia, a cantora bielorrussa, que reside em Moscovo há vários anos, é acusada de "criar inimizade e discórdia social" e de insultar publicamente o presidente Alexander Lukashenko através do seu envolvimento em marchas a favor da oposição antigovernamental bielorrussa.
A cantora é também acusada de compartilhar conteúdos críticos ao presidente bielorrusso nas redes sociais, bem como de partilhar imagens da bandeira vermelha e branca, cujo uso está proibido na Bielorrússia desde 1995 por ser considerada como simbolo do fascismo, depois de ter sido utilizado por membros da BKA, um exército de voluntários que apoiaram as SS alemãs durante a Segunda Guerra Mundial. Caso a cantora seja condenada, a pena de prisão poderá chegar aos 12 anos.
Questionada por um jornalista sobre o que diria ao presidente russo Vladimir Putin, caso tivesse a oportunidade de o contactar, Angelica Agurbasha admitiu que "pediria a sua ajuda e proteção para o povo bielorrusso em face da enorme quantidade de terror, injustiça, ilegitimidade e agressões que ocorrem atualmente. Esta máquina repressiva nada mais faz do que destruir os bielorrussos, os seus melhores representantes e as sementes da nação".
Vencedora da final nacional de 2005, Angelica Agurbash tornou-se na segunda representante da Bielorrússia no Festival Eurovisão com "Love Me Tonight", depois de "Boys And Girls", tema que foi inspirado no massacre da escola de Beslán, ter recebido fortes contestações. Em Kiev, a canção não foi além do 13.º lugar na semifinal com 67 pontos, nenhum deles oriundo de Portugal.
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