A carta foi divulgada esta terça-feira, 6 de maio, pelo coletivo Artists for Palestine UK e pelo Comité de Solidariedade com a Palestina, com os organismos a acusar a KAN de ser "cúmplice do genocídio de Israel contra os palestinianos em Gaza e do regime de décadas de apartheid e ocupação militar contra todo o povo palestiniano", frisando que "ao permitir a representação do Estado israelita, [a EBU/UER] está a normalizar e a branquear os seus crimes".
Os signatários afirmam-se "chocados" com o facto da EBU/UER ter permitido a participação de Israel no ano passado, "enquanto continuava o seu genocídio em Gaza, transmitido em direto para o mundo ver", pedindo medidas iguais às tomadas após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, quando as emissoras russas foram impedidas de participar na Eurovisão.
Pela exclusão de Israel da Eurovisão
Um apelo internacional de antigos participantes da Eurovisão
Nós, os ex-participantes da Eurovisão abaixo assinados, instamos todos os membros da União Europeia de Radiodifusão (EBU) a exigir a exclusão da KAN, a emissora pública israelita, do Festival Eurovisão da Canção. A KAN é cúmplice do genocídio de Israel contra os palestinianos em Gaza e do regime de décadas de apartheid e ocupação militar contra todo o povo palestiniano.
Acreditamos no poder unificador da música, e é por isso que nos recusamos a permitir que a música seja utilizada como uma ferramenta para branquear crimes contra a humanidade. No ano passado, ficámos chocados com o facto de a EBU ter permitido que Israel participasse enquanto continuava o seu genocídio em Gaza, transmitido em direto para o mundo ver. O resultado foi desastroso.
Em vez de reconhecer as críticas generalizadas e refletir sobre os seus próprios erros, a EBU redobrou a sua cumplicidade - concedendo total impunidade à delegação israelita e reprimindo outros artistas e delegações, tornando a edição de 2024 na mais politizada, caótica e desagradável da história da competição.
O silêncio não é opção. Numa altura em que movimentos autoritários e a extrema-direita estão a crescer em todo o mundo, o dever de nos posicionarmos torna-se ainda mais premente. Por isso, juntámo-nos para declarar que a cumplicidade da EBU com o genocídio de Israel tem de acabar.
Ao continuar a permitir a representação do Estado israelita, a EBU está a normalizar e a branquear os seus crimes. A EBU já demonstrou ser capaz de tomar medidas, como aconteceu quando expulsou a Rússia da competição, em 2022. Não aceitamos esta duplicidade de critérios em relação a Israel.
Manifestamos a nossa solidariedade com os concorrentes deste ano e condenamos a recusa reiterada da EBU em assumir responsabilidades.
Enquanto cantores, compositores, músicos e outros, que tiveram o privilégio de participar na Eurovisão, instamos a EBU e todos os seus membros [como a RTP] a agirem agora, evitando agudizar ainda mais o descrédito e a deterioração do festival: Israel deve ser excluído da Eurovisão.
Lista de subscritores (até 5 de maio):
1. Charlie McGettigan (IRELAND, 1994) – WINNER
2. Salvador Sobral (PORTUGAL, 2017) - WINNER
3. Alma Čardžic (BOSNIA and HERZEGOVINA, 1994, 1997)
4. Almir Ajanović (BOSNIA and HERZEGOVINA, 2016)
5. Amber (MALTA, 2015)
6. Amila Glamočak (BOSNIA and HERZEGOVINA, 1996)
7. Andrean Sigurgeirsson, Hatari (ICELAND, 2019, dancer)
8. Andri Hrafn Unnarsson (ICELAND, 2019, costume designer)
9. Anita Välimaa (FINLAND, 1984, -85, -86, -89, -91, -92, -93, backing)
10. António Calvário (PORTUGAL, 1964)
11. Árný Fjóla Ásmundsdóttir, Daði & Gagnamagnið (ICELAND, 2021)
12. Ásdís María (ICELAND, 2024, songwriter)
13. Ástrós Guðjónsdóttir, Hatari (ICELAND, 2019, dancer)
14. Bianca Nicholas, Electro Velvet (UK, 2015)
15. Björn Thors (ICELAND, 2006, backing)
16. Brian Kennedy (IRELAND, 2006)
17. Daði Freyr Pétursson, Daði & Gagnamagnið (ICELAND, 2021)
18. Daníel Ágúst (ICELAND, 1989)
19. Einar Stefánsson, Hatari (ICELAND, 2019)
20. Eiríkur Hauksson (ICELAND, 1986, 2007)
21. Elín Eyþórsdóttir, Systur (ICELAND, 2022)
22. Elísabet Eyþórsdóttir, Systur (ICELAND, 2022)
23. Eyþór Ingi (ICELAND, 2007)
24. Fernando Tordo (PORTUGAL, 1973, 1977)
25. Filip Vidušin, LPS (SLOVENIA, 2022)
26. Gašper Hlupič, LPS (SLOVENIA, 2022)
27. GÅTE (NORWAY, 2024)
28. Gaukur Úlfarsson (ICELAND, 2006, backing)
29. Glen Vella (MALTA, 2011)
30. Hadise (TURKEY, 2009)
31. Heiðar Örn Kristjánsson, Pollapönk (ICELAND, 2014)
32. Hersi (ALBANIA, 2014)
33. Hulda Kristín Kolbrúnardóttir, Daði & Gagnamagnið (ICELAND, 2021)
34. Ingibjörg Stefánsdóttir (ICELAND, 1993)
35. Jessy Matador (FRANCE, 2010)
36. Jukka Välimaa (FINLAND, 1991, lyricist)
37. Kaija Kärkinen (FINLAND, 1991)
38. Karen Briem (ICELAND, 2019, costume designer)
39. Kati Bergman (FINLAND, 1986, backing)
40. Klemens Hannigan, Hatari (ICELAND, 2019)
41. Kristjana Stefánsdóttir (ICELAND, 2010, backing)
42. La Zarra (FRANCE, 2023)
43. Lay Low (ICELAND, 2022, songwriter)
44. Lena d'Água (PORTUGAL, 1978, choralist)
45. Linda Ilves (FINLAND, 2016, backing)
46. Mae Muller (UK, 2023)
47. Mariline (FRANCE, 1998)
48. Mark Caplice (IRELAND, 2018, songwriter)
49. Martin Mutec, LPS (SLOVENIA, 2022)
50. Matthías Tryggvi Haraldsson, Hatari (ICELAND, 2019)
51. Mickey Harte (IRELAND, 2003)
52. Nino (BOSNIA and HERZEGOVINA, 2001)
53. Óttarr Proppé, Pollapönk (ICELAND, 2014, backing)
54. Outi Popp (FINLAND, 1993, commentator)
55. Pálmi Gunnarsson (ICELAND, 1986)
56. Paul Oscar (ICELAND, 1997)
57. Paulo de Carvalho (PORTUGAL, 1974, 1977)
58. Rita Reis, Nonstop (PORTUGAL, 2006)
59. Rykka (SWITZERLAND, 2016)
60. Samuli Kosminen (FINLAND, 1998)
61. Samuli Laine (FINLAND, 2007, stage designer)
62. Sanna Kojo (FINLAND, 1993-2013, commentator)
63. Sigríður Eyþórsdóttir, Systur (ICELAND, 2022)
64. Sigurður Örn Jónsson (ICELAND, 2000, lyricist)
65. Sólbjört Sigurðardóttir, Hatari (ICELAND, 2019, dancer)
66. Svala (ICELAND, 2017)
67. Sylvia Night (ICELAND, 2006)
68. Thea Garrett (MALTA, 2010)
69. Timo Kiiskinen (FINLAND, 2010, songwriter)
70. Zala Kralj (SLOVENIA, 2019)
71. Zala Velenšek, LPS (SLOVENIA, 2022)
72. Žiga Žvižej, LPS (SLOVENIA, 2022)
Pensei que a União Europeia de Radiodifusão tinha muitos países, mas só vejo os nomes de ex-participantes de 13, menos de um terço do que eu pensaria ser o número de membros desse organismo. Trinta são da Islândia, o que significa que será decerto o país mais representativo da UER. Tinha a ideia de que António Calvário era um cantor português que há uns anos, num encontro lembrando as más classificações de Portugal, entre outros motivos tinha atribuído o resultado de zero pontos para a canção que interpretara em 1964 a um espetador ter invadido o palco no Tivoli de Copenhaga com uma faixa contra o regime de Salazar e a Guerra Colonial. Pensei também que António Calvário era o protagonista de um filme chamado “O Amor Desceu em Paraquedas”, em que desempenhava o papel de um soldado recém-regressado da Guerra em Angola (vulgo Guerra Colonial), cantando, entre outros belos versos, que, como soldado, era uma “letra” da palavra Portugal. Deve certamente haver um engano da minha parte…
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