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António Calvário: “No festival a prioridade deve ser dada aos nomes mais sonantes”

“O Rei da música nacional” ou “Rei da Rádio” foram títulos conquistados por António Calvário ao longo da sua vasta carreira. Mas há um que ninguém lho tira: o de primeiro representante de Portugal no Festival Eurovisão da Canção. Ao ESCPORTUGAL, o cantor mostra que gostaria que o festival fosse hoje diferente…


Foi o primeiro representante de Portugal no Festival Eurovisão da Canção, em 1964 na cidade de Copenhaga, na Dinamarca. Em conversa com o ESCPORTUGAL à margem da revista “Mais riso é que é preciso” que esteve em cena este fim-de-semana no Porto, António Calvário mostrou continuar atento ao festival da canção. “Continuo a ver sempre que posso e muitas vezes até fui convidado a assistir ou até mesmo subir ao palco”, tal como aconteceu em março passado quando, em conjunto com a - até então - última representante Suzy, procedeu à abertura da semifinal. Contudo, Calvário não esconde a tristeza pelas baixas audiências do programa, em comparação com aquilo que acontecia antigamente. “Participei no Festival da Canção em 1964 mas, em 1960, eu já era bastante famoso, já tinha vendido milhões de discos, tinha feito teatro e cinema. Quando o festival apareceu, o país parava porque queria ver os seus artistas favoritos”.

Para Calvário, que está quase a completar 60 anos de carreira, “entendo que no festival devem participar novos valores da música, mas a prioridade deve ser dada aos nomes mais sonantes. Que servissem até como chamariz para que o festival tivesse audiência! O festival é  - continua - muitas vezes considerado uma 'coisa morta', a maioria das pessoas sabe da sua realização em cima da hora ou nem chega a saber! Os nomes sonantes provocavam, nos anos 60 e 70, um grande ‘sururu’, um grande interesse nas semanas que antecediam o festival”.

Para António Calvário, o festival deixou de ser uma prioridade "para o artistas mais consagrados e até para os compositores e produtores". A aposta, quase em exclusivo, em cantores sem carreira e até com pouca experiência na “arte” de cantar e atuar perante multidões,"tem prejudicado o festival".

Recorde a participação de António Calvário no 1.º Grande Prémio Televisão da Canção, nos estúdios Lumiar, em Lisboa, a 2 de fevereiro de 1964:



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Fonte:ESCPORTUGAL / Imagem: GOOGLE / Vídeo: YOUTUBE

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  1. Anónimo23:32

    o problema é convidarem gentalha que nada percebem de eurovisao.

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  2. Acho que Antonio Calvario tem razao. Actualmente com a abundancia de programas caça-talentos,nao se justifica que o FC seja primordialmente uma rampa de lançamento para ilustres desconhecidos.Mas tambem nao como rampa de come-back para vedetas do passado,como este ano...

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  3. Anónimo23:40

    Concordo. Temos (a RTP tem) de voltar a trazer os artistas mais famosos de Portugal. Se não for para o FC que seja atraves de uma selecção interna para o ESC

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  4. Em 64 e durante decenios apos,os artistas recebiam cachet para actuar na TV em geral,e no caso do FC havia premios pecuniarios bastante aliciadores para os vencedores,incluindo os interpretes.Participar no FC,ate aos anos 80, era garantia de gravar comercialmente pelo menos 1 single ou EP.

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    1. Hytr13:43

      Aliciadores? Quac! Aliciantes minha Cara, aliciantes!

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    2. Hytr - Tens toda a razao! Aliciantes como adjectivo,aliciadores como substantivo. Big QUAC,significando OBRIGADO pelo teu reparo! :)

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  5. Anónimo02:46

    De facto, há muito amadorismo no festival da RTP. Nos últimos anos, já houve alguns intérpretes muito maus, mas a maioria até são bons ou muito bons. O problema não me parece esse. A maior fonte de amadorismo é nos compositores.

    No entanto, percebo o que o António está a dizer, mas nem sei se concordo. Acho que mesmo com artistas mais famosos, as audiências do festival não seriam muito diferentes. Não creio que existam muitos nomes nacionais com esse poder mobilizador de audiência. Talvez a família Carreira conseguisse isso, mas pouco mais.
    Eu acho que o segredo é bons compositores e boas canções. Simples xD Portugal levando uma boa canção ao ESC (mesmo que fosse por escolha interna) que ficasse bem qualificada na final, no ano seguinte o interesse pelo festival pelo público e por outros artistas aumentaria.

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    1. 02:46 - Nomes nacionais com poder mobilizador de audiencias? Mariza,Buraka Som Sistema,Ana Moura,Anselmo Ralph,Mickael+David Carreira,Aurea,Agata(super come back),Amor Electro,Cuca Roseta e,sim,sim,sim Suzy. Nao gosto de todos estes artistas,so de alguns,mas acho que despertariam interesse enorme pelo FC.

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  6. Pedro Carvalho08:27

    Concordo totalmente com o Calvário. Mas o problema da RTP é que quer fazer do FC o programa de promoção de novos valores e da lingua portuguesa que lhe falta na grelha.
    Devia haver programas de divulgação de novos valores da escrita e outro para os consagrados. Ou então um bem produzido, como o Sanremo, que juntasse ambos

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  7. Anónimo08:41

    O problema é que a RTP nao promove o FC e assim é a tal coisa morta que fala o Calvario!!
    Um exemplo: ha quantas semanas se fala no the voice?? e só vai estrear em outubro!!!!

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  8. Anónimo09:19

    Em parte tem razão, porém, também sou apologista da participação de novos rostos no FC até como forma de serem " lançados" !! Não nos podemos esquecer que se calhar quando este senhor ganhou o FC também não era conhecido!!
    Agora, falta é promoção, por parte, da RTP, não há divulgação nenhuma relativamente ao FC, porque não divulgar o FC um mês ou dois antes da sua realização, certamente mais pessoas tendo acesso a essa informação aguardaria para o ver. Dando o meu exemplo, este ano, quando soube do FC já tinha acabado, quer dizer não o vi, fiquei apenas a saber do resultado final.

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    1. 09:19 - Posso garantir-te com 100% de certeza,que em 1964 (desde 1960) Antonio Calvario era sem sombra de duvida o cantor nº1 mais popular de Portugal.No lado feminino havia competiçao pelo 1º lugar entre Simone de Oliveira e Madalena Iglesias,no lado masculino era Calvario e ponto final!

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    2. 09:19 - Tens toda a razao,no que afirmas sobre a falta de pre-divulgaçao do FC por parte da RTP.Imagina so,em 71 e 72 varios artistas 1 mes antes do FC lançaram cançoes de pre-divulgaçao:Tonicha-Menina e moça,Carlos Mendes-Vamos festejar a vida/versao inglesa"Glow-worm".E a radio tocava-as!

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    3. Talvez uma razao para o FC ter nos anos 60 e 70 a importancia que tinha,era o vacuo de eventos musicais neste pais.Havia tambem um empenho maior por parte das editoras,havia menos artistas,havia um certo brio no que se fazia e havia tambem muito mau perder,por vezes abertamente exprimido!

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  9. Miguel Matias10:01

    O Ant Calvario tem toda a razao. A RTP regrediu bastante em relação ao que fazia antigamente

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  10. Correcçao: a cançao pre-divulgaçao de Tonicha em 71 chama-se "Mulher".Para
    quem estiver interessado, encontra-se em YOUTUBE.COM, Tonicha Mulher FaceB.

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  11. Anónimo17:46

    Ele devia ter se tornado chefe de delegaçao portuguesa assim como o Bjorkman tiveram maus resultados no ESC e olhem agora o Bjorkman e chefe da delegacao Sueca e eles ganham muitas vezes e tem bons lugares

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    1. 17:46 - Um ponto de vista interessante,ate porque a partir de 1965 Calvario começou gradualmente a perder popularidade,muito devido ao facto de nao se ter adaptado aos novos estilos de musica de entao(ye-ye,pop nacional opostos ao "cançonetismo).Ele ainda tentou,mas,naaaao,soava a falso.

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