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Espanha: O que fazem os 'desaparecidos' artistas da Eurovisão

O jornal El Mundo andou a investigar o que fazem agora diversos artistas que representaram o país vizinho no Festival Eurovisão. Lá, como cá, cantores de renome acabaram por sair da carreira musical por não terem trabalho na área.


Anabel Conde conquistou a melhor classificação dos últimos 34 anos para Espanha, o 2.º lugar em 1995 com a poderosa balada "Vuelve conmigo". Contudo, o sucesso foi fugaz e depressa a cantora teve de mudar de vida. Hoje, Anabel é professora do 1.º ciclo. "Da música não se pode viver", afirmou a cantora ao jornal El Mundo. "Sempre tive os pés bem assentes na terra e como adoro crianças decidi estudar e hoje estou muito satisfeita". Em 2005, Anabel voltou a pisar o palco da Eurovisão como corista de Marian van de Wal, representante de Andorra. Apesar da sua voz se ter destacado mais do que a da intérprete principal, nem assim conseguiu vingar na área. Recentemente, voltou a lançar alguns trabalhos, mas de concertos resta pouco mais do que aqueles que faz para os seus alunos na sala de aula. "Os meus alunos 'alucinan' quando canto na sala. Eles sabiam que eu era cantora antes de ser professora, mas não imaginavam que eu tinha esta voz". Inexplicável é o facto da cantora não ter sucesso na música mas continuar a ter muitos fãs, os quais, num peditório, conseguiram angariar 12700 Euros no início deste ano para que Anabel lançasse um novo álbum.



Ramon alcançou o 10.º lugar em 2004, uma das melhores classificações de sempre para Espanha. "Eu só tinha 18 anos! Foi uma experiência incrível", afirmou o jovem que também tinha alcançado o estrelado no programa "Operación Triunfo". Contudo, dez anos depois de poucos sucessos e de algumas decisões "não pensadas" como posar nu para uma página web, Ramon decidiu mudar de vida. "A música em Espanha é um mundo muito sectário... não aguentei mais e já não consigo sequer ver a Eurovisão!". Dececionado, decidiu emigrar para a Noruega onde trabalha como assistente de câmara numa produtora de televisão independente.



Os D'NASH terminaram em 20.º lugar no festival de Helsínquia e, como grande parte das boysbands, terminaram como grupo após desavenças e diferentes motivações dos seus membros. Um dos seus elementos, Mikel Hennet, trabalha agora numa das lojas da cadeia de vestuário Zara. "Os meus amigos pensavam que eu estava louco, mas tenho de pagar as contas ao fim do mês".



A girlsband Son De Sol, que em 2005 trouxe o 21.º lugar de Kiev para Espanha, também despareceu de cena pouco depois de representar Espanha na Eurovisão. Soledad, um dos elementos do grupo, despediu-se da Câmara Municipal de Córdoba para abraçar o projeto eurovisivo, e depois do falhanço na sua carreira, conseguiu novo emprego na Câmara Municipal de Rincón de Victória. As outras duas companheiras de grupo vivem entre a área de "babysiter" e a área de produção de eventos... para outros brilharem.



As mais famosas das representantes espanholas, o quarteto de irmãs Ketchup, tinham já uma carreira internacional quando foram escolhidas pela TVE para participarem na Eurovisão 2006. As Ketchup tinham no seu currículum o 1.º lugar do top de 20 países com "Asereje" e mais de 7 milhões de discos vendidos. Contudo, depois de "Un BloodyMary" e o 21.º lugar na Eurovisão veio... o silêncio! Quando questionada pelo jornal El Mundo, Pilar, uma das vocalistas respondeu assustada: "Quem é que lhe deu o meu número de telemóvel?". Depois da surpresa inicial, Pilar afirmou que está a tentar uma carreira no teatro, duas das suas irmãs foram mães e por isso "estão paradas" e a 4.ª irmã voltou a estudar.




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Fonte: EL MUNDO / imagem: EL MUNDO / Vídeos: YOUTUBE

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  1. Anónimo13:12

    É triste mas é a pura verdade. Desses todos, espanta-me imenso a Anabel Conde que participou no ESC muito antes da crise do séc XXI e numa época onde o ESC tinha muito mais sucesso que agora

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  2. Anónimo13:19

    Nada como ter um bom padrinho na vida. Contudo, foram cantores do ESC. Não é para todos. As minhas saudações a eles e a elas.

    FCPORTO

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  3. Anónimo13:21

    O Ramon esteve muito bem em Istambul, tinha uma musica pegadita e mereceu bem o top 10. mas... posou nu???? Essa não sabia

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  4. Anónimo13:35

    Seria interessante um trabalho parecido com os artistas portugueses. Sei que a Filipa Azevedo trabalhou pouco depois da Eurovisão numa sapataria em Gondomar. São trabalhos muito dignos, como é obvio, mas mostram que nem sempre podemos trabalhar naquilo que gostamos mais.

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  5. Anónimo13:55

    Muito bom artigo. Tal como o anónimo das 13.35 sugere, seria interessante saber-se o que aconteceu a alguns dos intérpretes portugueses: Duarte Mendes, os elementos dos Nevada, os DaVinci, Célia Lawson (talvez o caso mais triste, tendo em conta o que um jornalista inglês apurou no livro "Nil Points" há alguns anos), Filipa Azevedo (este é para mim o "desaparecimento" mais estranho, tendo em conta as excelentes capacidades como intérprete). Para tudo é preciso trabalho e sorte e nem sempre os dois se conjugam. Resta o (triste) consolo de que há mais situações assim noutros países e que não se trata de um "fenómeno" de países mais a sul. Basta pensar na cantora francesa de 2002, tão injustamente ignorada no seu país.

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  6. Anónimo14:58

    Nem todos têm a sorte dos ABBA e da Céline Dion porque os há com boas vozes e que depois são remetidos ao silêncio. Uma pena. Há muito valor desperdiçado.

    Talvez se entenda melhor porque quem quer singrar em Portugal se vire para a música que vende: o vira. Pelos vistos as baladas na Eurovisão só trazem desemprego à vida. São um perigo. A não ser que se lhes associe algo paralelo que não tem nada a ver com música... como uma barba postiça... lol

    Este artigo é muito elucidadtivo; se bem que só fale da maioria dos cantores que se ficaram abaixo na tabela. Faltaria saber se todos os que venceram a Eurovisão nos vários países tiveram uma carreira de luxo: claro que não!

    Fica a impressão que a Eurovisão é apenas a música de uma noite, os 3' de glória pessoal numa vida. E depois, para a larga maioria, adeus fama, adeus luzes, adeus sucesso.

    Falta a esses artistas lutarem pelo sucesso na música: fazendo música que se venda, porque é da venda e das participações nos espectáculos que se vive. Onde está o mal???

    Este fenómeno sobre 60 anos de Eurovisão deve ser estudado. Quem dos que já tinham carreira continuou a tê-la e porquê e como? Quem venceu o concurso, que fez dessa vitória? Quem perdeu sem ter carreira, de que lhe serviu participar na mira de um sonho?

    Um bom trabalho de sociologia em perspectiva.

    Outra pergunta: quem deve ir à Eurovisão? Cantores com carreira confirmada ou totalmente principiantes?


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  7. Anónimo17:30

    Artigo muito interessante....

    Sendo que o El Mundo se focou quase exclusivamente no século XXI, até me parece que o panorama dos participantes lusos é bem mais positivo:

    MTM - Marco quelhas continua a trabalhar na música, com um ou outro trabalho conhecido do público. Muito ligado aos bastidores da musica.

    Rita Guerra - carreira "explodiu" após o ESC. Hoje um grande nome da música portuguesa.

    Sofia Vitória - mantém trabalhos/colaborações no mundo do jazz, já por si pouco conhecido do grande público.

    Luciana e Rui - A Luciana mantém legitimas aspirações na música (continuo a acreditar que é uma questão de tempo até acertar finalmente). De resto é uma das "super-star" das revistas. Após o ESC e graças ao trabalho em TV o seu nome passou a ser muito valioso e a ter muito peso em audiências. Após anos conturbados, parece que começa a ter mais cabeça e pés na terra. Rui é uma figura regular em espetaculos e concertos de covers, continua a ser uma cara conhecida do público e pode estar para breve uma carreira mais sólida.

    Non Stop - o grupo desfez-se (como todos os grupos). Liliana e Andrea continuam na música, com sucesso e exposição pública....agora com o projeto Kaya.

    Sabrina - agora Maria Teresa, fez carreira consistente desde 2007. Artista claramente em trajetoria ascendente na música e a procurar atingir outros públicos.

    Vânia - continua com uma agenda cheia de concertos. Senhora do Mar ainda rende frutos (podia render muito mais se a Vânia não se estivesse sistematicamente a descolar dessa marca!). É uma artista que ainda vive da música, agarrada a duas grandes forças: a Madeira e o mundo do Jazz.

    Flor-de-liz - apesar de algumas saidas o grupo mantém-se com uma carreira consistente e de relativo sucesso. 2 CD's, últimos anos com agenda cheia.

    Filipa Azevedo - uma pena estar tão desaparecida. O seu registo musical em Portugal é extremamente difícil. Acredito que voltará a aparecer brevemente num talent-show desta vez a solo e mais experiente. A artista do seculo XXI mais desaparecida apesar da sua canção ser uma das mais presentes na memória de todos.

    Homens da Luta - o grupo encaminha-se para o fim (tb nao se perde muito!). Teve piada....mas como todas as piadas ao fim de um tempo perdem a graça.

    Filipa Sousa - a carreira continua a ser aquilo que era antes do ESC. Continua a viver da música e poderá ter aumentado a agenda graças a essa participação.

    Suzy - irá certamente fazer o seu percurso musical na musica pimba/popular

    Não acho que a maioria dos artistas do ESC caiam no anonimato....acabam um grande numero por manter a carreira que já tinham ou estavam a construir. Claro que não se tornam estrelas mundiais da música...mas esse também nunca foi o objetivo do ESC.

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  8. Anónimo19:15

    @17.30 Ou és muito otimista ou tens pouca informação sobre alguns dos nomes que referes.

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  9. Anónimo00:11

    Fiquei mesmo triste com este artigo. É uma pena, sinto muita pena, daqueles que não conseguem seguir o seu sonho

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  10. Anónimo13:55

    O que mais me espanta é o caso das "Las Ketchup" porque de facto a fama delas sobretudo na Península Ibérica e na América latina era enorme. Isto é a prova que de facto aquilo que vemos muitas vezes pelos ecrãs ou nos palcos não são vidas tão perfeitas nem invejáveis como imaginamos, e por outro lado temos sempre que estar preparados com pelo menos um plano B para o caso de mais cedo ou mais tarde, aquilo em que estivermos a investir mais na nossa vida chegar a um beco sem saída.

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  11. Anónimo17:57

    a Filipa Azevedo recebeu 9 convites de editoras estrangeiras qd esteve na eurovisão...porque não aceitou nenhum??

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