[Entrevista] Rui Andrade fala ao ESC Portugal

Depois de ter representado o nosso país no Festival Internacional de Música George Grigoriu 2013, há cerca de um mês, na cidade de Brăila, na Roménia, onde arrebatou o Prémio Municipal da cidade organizadora do evento, Rui Andrade falou em exclusivo ao ESC Portugal sobre esta experiência, sobre o seu desejo de nos representar na Eurovisão e sobre os projetos futuros...

ESC Portugal - Olá Rui, obrigado por acederes a dar esta entrevista ao ESC Portugal, depois da tua participação no Festival Internacional de Música George Grigoriu 2013.
Rui Andrade - Obrigado eu pela possibilidade de dar a conhecer e falar sobre esta experiência que tanto gostei e me orgulhou fazer…

ESC Portugal - Como surgiu a possibilidade de participares neste certame romano?
Rui Andrade - Fui convidado pela produção do espectáculo, devido às minhas participações nas finais nacionais de escolha da canção representante de Portugal em 2011 e 2012… Fiquei extremamente orgulhoso do convite, e do facto de se lembrarem de mim, no meio de outros concorrente.

ESC Portugal - A selecção das músicas que interpretaste (“Amor a Preto e Branco” e “Ia-ti mireasa ziua buna”) foi tua, ou por outro lado esteve relacionada com a organização do festival?
Rui Andrade - Cada concorrente cantou uma canção do seu repertório próprio, na sua língua, e no meu caso cantei “Amor a Preto e Branco” escolhido pela produção do festival. Como o festival se chama George Grigoriu, em honra de um dos mais famosos compositores romenos, cada concorrente teria de interpretar uma canção de Grigoriu... No meu caso, enviaram-me três canções à escolha, e eu escolhi a canção “Ia-ti mireasa ziua buna”.

ESC Portugal - Como correu a estadia da comitiva portuguesa em Brăila?
Rui Andrade - Correu muito, mas muito bem… Fomos muito bem tratados. Supostamente teria que estar, tal como os outros concorrentes, 7 dias na Roménia, para entrevistas, ensaios, etc. Como não tinha esses dias disponíveis por questões profissionais em Portugal, cheguei a recusar o convite, mas depois, pensando melhor e com cedências de ambas as partes, acabei por ter 4 dias nesta aventura.
Foi incrível, ouvir as pessoas chamarem o meu nome no meio das ruas, mesmo não sabendo dizê-lo correctamente, foi incrível tirar fotos e mais fotos com pessoas que nem sequer sabiam falar inglês para me pedir uma foto…
Deixei uma marca naquela cidade que nunca pensei deixar. Numa das revistas de maior sucesso na Roménia saiu um poster meu nas páginas centrais sendo apelidado “O português que conquistou Brăila e a Roménia com um simples olhar”. Por mais que não queira valorizar isto, tenho de o fazer e fico muito feliz com este sucesso.

ESC Portugal - Como descreverias a experiência que viveste no Festival Internacional de Música George Grigoriu 2013?
Rui Andrade - Foi intensa, cansativa e deu para ter alguns sentimentos e emoções que nunca tinha tido no meu percurso profissional.

ESC Portugal - Que sentiste quando estavas em palco, a representar as cores nacionais?
Rui Andrade - Esta parte era a que mais temia… Sempre gostei de ser português, sempre tive vontade, e o público sabe disso, de representar o meu país lá fora e sabia que o iria fazer com todas as minhas forças. E é uma sensação indescritível ouvires o teu nome associado ao do teu país, tal como é indescritível chegares ao local do Festival e veres uma bandeira do teu país no meio de outras 15.
É uma responsabilidade, sim, é… Principalmente quando as pessoas não têm noção nenhuma da tua língua e das tradições do teu país, mas é muito bom. É otimo ouvir o público dizer que a nossa língua fica linda quando cantada, é otimo ouvir as pessoas na rua a falarem de nomes como Amália, Eusébio ou Mourinho como figuras emblemáticas de Portugal. Numa palavra e repetindo-me: Indescritível…

ESC Portugal - Foste finalista e recebeste o Prémio Municipal de Brăila. O que sentiste ao ver o teu trabalho reconhecido, mesmo não sendo um dos lugares cimeiros?
Rui Andrade - Quanto à votação, há algumas dúvidas e eu passo a esclarecer. O Festival tem 10 finalistas, vencedores. Todos eles com prémios de mérito e honrosos, bem como prémios monetários e depois um vencedor geral, escolhido pelo júri de sala. Quanto a este prémio geral, já tinha a ideia que não o ganharia, até porque, quer eu, quer o meu manager nacional e o meu produtor internacional já nos tínhamos apercebido de alguns jogos de interesses entre os países vizinhos e entre os próprios jurados. Mas como o objectivo principal não era ganhar, embora gostasse que isso tivesse acontecido, foi muito gratificante para mim ser premiado e voltar a cantar a minha canção em português e receber um dos prémios honrosos, o mais importante e com mais significado naquele festival, o Prémio de Honra da Cidade de Brăila, prémio monetário cedido pelo Governo Romeno… Portanto, ninguém sabe ao certo a sua classificação geral, apenas o vencedor, escolhido, como disse, pelo júri de sala. Outro factor que me enche de orgulho é, e através de dados cedidos pela TVR e a própria organização, ter ganho a votação do público de casa.

ESC Portugal - Voltavas a repetir a experiência?
Rui Andrade - Voltava e voltarei, sem dúvida… Assim eu possa , assim seja novamente convidado…

ESC Portugal - Pessoalmente, quais os artistas com que competiste que destacarias?
Rui Andrade - Sem dúvida os vencedores gerais do concurso, os concorrentes suíços, por serem distintos e terem uma performance tão diferente dos outros concorrentes… A concorrente israelita, que também gostei bastante… E o concorrente grego… Embora houvesse excelentes vozes, excelente mesmo, algumas mal guiadas em termos de produção, algumas delas sem experiência em palco… Etc.

ESC Portugal - Ficaste com alguma música preferida das que competiram contigo? Quais foram na tua opinião as melhores?
Rui Andrade - Recordo especialmente a canção israelita, canção essa que teria concorrido a um lugar cimeiro na Eurovisão este ano… E a canção albanesa…

ESC Portugal - É do conhecimento geral que gostarias de representar Portugal no Festival da Eurovisão, tendo participado por duas vezes no Festival da Canção. Se tiveres possibilidade, voltarás a tentar?
Rui Andrade - Tentarei mais uma vez pelo nosso país, assim haja oportunidade… Caso contrário também já disse anteriormente, irei concorrer por outro país qualquer, até lá chegar.

ESC Portugal - Como eurofã assumido, destacas algum tema do Festival da Eurovisão 2013 como teu favorito?
Rui Andrade - A minha favorita desde os primeiros ensaios era a Ucrânia, melhor voz da edição deste ano. Realço também Israel, Noruega, Chipre, Rússia e Bielorrússia…

ESC Portugal - Para terminar, quais os teus projectos a curto prazo? O que poderemos esperar de ti no futuro profissional?
Rui Andrade - A muito curto prazo vou estrear a “Grande Revista à Portuguesa” de Filipe La Feria, no Teatro Politeama… Brăila e o Festival George Grigoriu trouxe-me, felizmente, um trabalho em Espanha que brevente será revelado, bem como um novo projecto internacional, desta vez como convidado, de novo na Roménia e também em Espanha…

ESC Portugal - A equipa e os leitores do ESC Portugal agradecem a tua disponibilidade.
Rui Andrade - Agradeço a toda a equipa do ESC Portugal o apoio e suporte nesta aventura… Também agradeço a todos os fãs que comentaram, uns com razão, outros com menos, a minha participação… Apenas de referir que se continuo a trabalhar e a dar o melhor que tenho é para quem me apoia gratuitamente e desde o início da minha carreira, mas também por aqueles que não são capazes de dizer duas palavras que sejam e uma delas ser positiva…
 Rogério, a ti, em nome do ESC Portugal, agradeço todo o apoio. Obrigado por esta oportunidade de contar o que foi para mim a experiência Festival George Grigoriu 2013…

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Fonte: Rui Andrade / Imagem: ESC Portugal