Começando pelo palco, eis que me vejo barrado logo por uma incompatibilidade que eu tenho: garras! Detesto garras! Palco dum lado e público do outro; tão simples quanto isso! Ultimamente tem se sobrevalorizado a ideia do contacto com o público, algo importante é certo, mas que pode ser simplesmente resolvido pela forma como os apresentadores e representantes interagem com o público. Não tem necessariamente de haver uma garra que pode deixar cair o ESC numa linha demasiado populista que só se preocupa com o espetáculo televisivo e que deixa o certame ao vivo para segundo plano. Esta mania das garras tem estragado o fator surpresa dos últimos anos e está-se a tornar nalgo já demasiado previsível. Aprecio o facto do ESC’11 ser num estádio de futebol, ou melhor, num grande estádio de futebol. Defendo a modernização e a mobilização do público em massa e o recinto escolhido para a organização é um dos fatores a ter em conta e que conta muito na imagem que passa além fronteiras. Por aquilo a que tive acesso, aquelas plataformas coloridas que entram pelo público a dentro estão lá a mais. Não gosto! Ainda gostava de ver toda a gente de pé no recinto, todos contentes, emocionados (sonha Eurico…sonha) com o público das bancadas todo elétrico, num palco surpreendente que seja falado por todos… porque não?! Mas pronto, percebo a parte da preservação de alguma da formalidade e glamour tão característicos do ESC.
A nível das músicas reconheço a qualidade e a competitividade presente na maioria das canções. Palavra de ordem: Qualidade. Neste momento em que o ESC cresce cada vez mais (veja-se o caso das canções da Islândia’09 e Bélgica ’10, que passam com muita frequência nas rádios europeias, pena que Portugal não o faça; estive fora e confesso que enjoei de tanto ouvir a canção do Tom Dice sempre que ligava o rádio), muitos países aproveitam para apostar e divulgar o nome na nação bem como promover o facto de que consegue fazer boa música.
Pessoalmente assumo uma posição de neutralidade; se passarmos fico contente, por outro lado, caso tal não aconteça, serão as minhas previsões a tornar-se realidade.
Para 2011 espero ser surpreendido no ESC, que todas as dificuldades sejam superadas e que, acima de tudo, seja surpreendido. Com a mudança de supervisor não estou muito convicto de que só vem aí coisas boas, mas vamos lá ver. A própria organização pode aproveitar o facto do ESC ser na Alemanha para dar uma maior visibilidade ao evento noutros continentes, depois, uma vez que prevejo o ESC2012 em Paris ou noutro sítio qualquer de França, será a cereja no topo do bolo no sentido da divulgação do certame.
Bem, vamos lá ver o que acontece a partir do dia 10 de maio. Se será um gradioso ESC não tenho dúvidas mas será que conseguirá superar certos parâmetros e elevar muito a fasquia para 2012?!
Saudações eurovisivas!
Eurico Alves
Eu também detesto as garras do palco. Sempre detestei garras, desde que o gato da Maria Alice me arranhou todo quando lhe apertei o nariz.
ResponderEliminarO Esc devia ser um show, um espectáculo, nada de público a tentar poxar ou tocar nos artistas.
É isso aí... Interiorizar que Portugal está no ESC2011 com a LUTA.. E sim, pode não passar à final mas vai dar muita luta... Mas se passar, é daquelas que nunca se sabe até onde pode chegar... Uma coisa é certa, Portugal apresentar-se-à completamente diferente de todos os outros Países e o povo costuma premiar a diferença...
ResponderEliminaralguém me explica por favor porque é que a gorda já não está nos HDL?????
ResponderEliminarConcordo com muito daquilo que o Eurico escreveu. Há uma deriva demasiado populista no ESC actual que não me agrada. O formato do palco de 2011 não augura nada de bom nessa área, nem a presença de Raab (pessoa pouco sofisticada e possuidora da subtileza de um elefante numa loja de porcelana). Há que achar um meio termo.
ResponderEliminarQuanto às canções, tenho a dizer que 2011 é um ano de extremos: há propostas muito boas, muito más e quase nada no meio. A ver vamos quem vai ganhar.
P.S.: apoio os HDL e A Luta é alegria. Não foram a minha primeira escolha, mas levam algo de genuinamente português, cantado na nossa língua. Bos sorte.