Sara Tavares: “É uma canção que fala da Lisboa plural que é multicultural”

A menina do “Chamar a Música” e das imitações da sua musa inspiradora Whitney Houston já lá vai. A segunda vida de Sara Tavares leva-a ao mundo do world music, de um circuito alargado que tem paragens em várias partes do mundo. A vencedora do Festival da Canção 1994 está de volta onde tudo começou, mas desta vez como compositora. A entrevista com o ESCPORTUGAL.

Quando perguntámos a Sara Tavares como  recorda a sua participação no Festival da Canção 1994, a cantora tem resposta pronta: “Foi um ponto de partida, uma fase muito bonita da minha vida onde tanta coisa aconteceu tão rápido… e eu fui usufruindo aos poucos…”

Sara conquistou o “Chuva de Estrelas”, o primeiro programa de uma televisão comercial a derrubar a liderança da estação pública nas audiências, e logo depois ganhou unanimemente o Festival da Canção, com uma “Chamar a música” que, ainda hoje, é uma das marcas do histórico programa da RTP. Na Eurovisão foi assim:

“Hoje é muito simbólica esta minha participação como compositora”, continuou, “que é onde eu também quero estar: tenho trabalhado para compor as minhas músicas!” Para Sara, compor “é algo muito divertido e até mais confortável do que ser só intérprete. Aqui tenho oportunidade de criar, que é uma coisa maravilhosa!” Alcançar o reconhecimento como compositora é, pois, um dos objetivos de Sara com esta participação.

Mas o que é “Lisboa, Lisboa”, a canção que vai abrir este Festival da Canção (FC2015) na 1.ª semifinal de hoje a uma semana? “É uma canção que fala da Lisboa do povo, da rua, daquela que anda a pé ou de autocarro, da Lisboa plural que é multicultural”. Na letra do tema, que assina com Kalaf Angelo, Sara refere-se também ao compositor Francisco Xavier da Cruz, mais conhecido como B.Leza ou Beléza, e que compôs dezenas de mornas que marcaram a música de Cabo Verde durante décadas.

Kalaf Angelo, que conhecemos mais como membro dos Buraka Som Sistema, partilhou esta entrevista com o ESCPORTUGAL. Esta não é a sua primeira incursão no Festival da Canção: em 2007 escreveu o tema “Será cedo?” para as vozes de Melo D & Elaisa. “Essa minha primeira experiência foi estimulante. Gosto muito de fazer canções diferentes do meu registo habitual. Tenho aprendido muito!” O músico confessa que, por isso, “divirto-me bastante”.

“Rita Seidi foi a primeira escolha”

Falando da intérprete da sua canção, Sara Tavares não hesitou em dizer que “a Ritinha foi a minha primeira escolha”. E completa: “Conheço a Rita há algum tempo, adoro a sua energia… tem uma energia positiva e tem um talento super natural! Foi feita para ser cantora!” E não tem rodeios em dizer que, “com 17 anos, faz coisas com a voz que eu invejo!”

Há algumas coincidências entre ambas as cantoras: “Participámos as duas com a mesma idade em programas de novos talentos, participei com a mesma idade no Festival da Canção e ambas parece que temos as mesmas influências”.

Mas Sara deixa um conselho para a sua seguidora: “Que não entre no espírito competitivo. Acho super triste os duelos, que começam a ser impulsionados por esses programas, uns cantores contra os outros. Vou zelar para que a Rita não tenha esse espírito…” 

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Fonte e Imagem: ESCPortugal / Vídeo: Youtube