Salvador Sobral, vencedor do Festival Eurovisão 2017, criticou, nas redes sociais, a decisão da RTP em participar no Festival Eurovisão após a aprovação da participação de Israel: "Vários países decidiram não participar e ficar do lado bom da história, fazendo este 'statement' que é muito simbólico".
O cantor e compositor português Salvador Sobral, vencedor do Festival Eurovisão 2017, criticou, nas redes sociais, a decisão da RTP em participar no Festival Eurovisão 2026 depois de ter sido autorizada a participação de Israel no concurso internacional.
Através de um vídeo, o cantor referiu que participou ontem, 4 de dezembro, no concerto "Juntos Por Gaza", que teve como objetivo a angariação de fundos a favor da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), "O concerto estava completamente esgotado. O povo, quando é para ajudar, junta-se. Estavam todos os colegas, a classe artística, também quando é para ajudar, está sempre lá. Foi muito bonito e comovente", referindo que o concerto foi gravado e será transmitido pela RTP a 10 de dezembro.
Enquanto decorria o concerto, decorria também a Assembleia Geral da EBU/UER onde foi aprovada a continuação de Israel no Festival Eurovisão: "Foi tomada a decisão que vocês já sabem: Israel vai participar. Vários países decidiram não participar e ficar do lado bom da história, fazendo este 'statement' que é muito simbólico, mas muito potente porque a Eurovisão é uma coisa muito política" frisou, criticando a postura da RTP a quem já havia apelado ao boicote, "RTP, o canal do Estado, decidiu participar na Eurovisão, mesmo com a participação de Israel. Nunca a expressão 'dar uma no cravo e outra na ferradura' teve tanto sentido como ontem à noite. É a única televisão portuguesa que transmite um concerto por Gaza, mas, ao mesmo tempo, tem mais uma vez medo de fazer a coisa certa. Esta cobardia política que temos é coerente com a cobardia das instituições públicas".
O artista, que se manifestou "triste", esclareceu que "não é contra o Festival da Canção" porque "é uma boa montra para os artistas portugueses", apelando a que seja adaptado o prémio de ir à Eurovisão através do concurso: "É uma decisão muito fácil. Acho que se devia fazer o Festival da Canção com outro tipo de recompensa e, se isso não vai ser feito pelo canal público, cabe aos artistas que participam ter essa clarividência. Esta é a minha opinião sobre isto".

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