Noa Kirel, representante de Israel em Liverpool, falou sobre as recentes polémicas em torno da participação do país no Festival Eurovisão 2025: "Infelizmente, alguns países optaram por deixar a política arruinar a celebração".
Terceira classificada na Grande Final do Festival Eurovisão 2023 com "Unicorn", a cantora israelita Noa Kirel reagiu, em entrevista ao The World Tonight da BBC, às recentes polémicas do concurso internacional, em especial devido ao conflito entre Israel e Gaza.
Durante a conversa, a artista destacou a importância da participação de Israel no Festival Eurovisão em Viena, mostrando-se desapontada pela decisão de retirada da Islândia, Espanha, Países Baixos, Irlanda e Eslovénia em protesto contra a presença israelita. "O Festival Eurovisão é uma ponte e não um muro. O seu objetivo é trazer alegria e aproximar os corações através da música. Infelizmente, alguns países optaram por deixar a política arruinar a celebração" defendeu a cantora, sublinhando que "Israel não violou nenhuma regra do Festival Eurovisão."
Noa Kirel considerou que muitas das acusações dirigidas a Israel, nomeadamente de crimes de guerra e genocídio, retiram o conflito do seu contexto, recordando os acontecimento de 7 de Outubro: "Israel viveu horrores a 7 de outubro e optou por se defender, tal como qualquer outro país faria. No entanto, estes países que promovem o boicote preferem ignorar a realidade".
Questionada sobre as participações de Eden Golan e Yuval Raphael, representantes israelitas nas últimas duas edições, a artista lamentou que as suas sucessoras tenham enfrentado fortes críticas e isolamento nos bastidores devido ao contexto político. "Representar o meu país no Festival Eurovisão foi a experiência mais incrível da minha vida. Senti-me amada e percebi que todos os artistas estavam lá para celebrar a música. Saber que eles não tiveram essa experiência parte-me o coração" confessou, descrevendo a resiliência das cantoras como "algo que nos lembra do verdadeiro significado da Eurovisão".
Noa Kirel garante ainda que, apesar das acusações de manipulação em benefício de Israel, defende o aumento da transparência do concurso, frisando que qualquer alteração na votação que contribua para resultados mais justos deve ser encarada de forma positiva. Por fim, deixou uma mensagem direta aos críticos: "Neste momento difícil para Israel, estas reclamações sobre a votação são mais uma forma de antissemitismo. Em vez de procurar desculpas para o sucesso de Israel, deveríamos concentrar-nos na música".
Escolhida internamente pela KAN, Noa Kirel representou Israel no Festival Eurovisão 2023 com "Unicorn". Depois do 3.º lugar na semifinal, a cantor alcançou o 3.º lugar na Grande Final com 362 pontos, fruto do 2.º lugar no júri (177) e o 5.º no televoto (185), tendo recebido 5 pontos do público português.

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