A EBU/UER emitiu um comunicado oficial sobre a crise humanitária em Gaza, onde reconhece a gravidade da situação alimentar no conclave e realça as violações à liberdade de imprensa, fazendo aumentar a especulação sobre o afastamento de Israel do Festival Eurovisão.
A participação de Israel no Festival Eurovisão continua a ser alvo de um debate aceso e as vozes que pedem a exclusão do país do certame têm aumentado nas últimas semanas. E se, até agora, a União Europeia de Radiodifusão (EBU/UER) havia rejeitado categoricamente esta possibilidade, a situação pode ter mudado com uma tomada de posição da organização sobre a crise humanitária em Gaza.
Num comunicado oficial, a EBU/UER reconheceu a gravidade da situação alimentar no enclave palestiniano e atribuiu responsabilidades diretas às políticas dos líderes de Israel, destacando ainda as violações sistemáticas à liberdade de imprensa no espaço, apelando a que todos os jornalistas internacionais tenham acesso irrestrito à Faixa de Gaza.
"Os membros da EBU/UER uniram esforços para capturar a trágica imagem da fome em Gaza, local onde as autoridades israelitas proibiram o acesso à imprensa internacional. Jornalistas palestinianos, confrontados eles mesmos com a fome e os perigos da guerra, recolheram material audiovisual e testemunhos que foram divulgados simultaneamente hoje pela mídia pública.
Reiteramos o nosso apelo a Israel para que permita o acesso sem entraves a Gaza a jornalistas estrangeiros e constatamos que 29 países assinaram já uma declaração pertinente da Coligação para a Liberdade de Imprensa solicitando o mesmo.”
Ainda que a EBU/UER já tenha emitido declarações semelhantes no passado sem impacto direto na participação de Israel no Festival Eurovisão, a crescente pressão internacional sobre a situação e a reestruturação do Grupo de Referência da EBU/UER, com a entrada de membros com posições mais críticas em relação ao governo de Israel, tornam a hipótese do afastamento do país mais plausível do que nunca. Contudo, a participação de Israel no certame continua incerta, sendo esperada uma tomada de posição na Assembleia Geral do organismo em dezembro.
Estreante em 1973, Israel conta com 47 participações no Festival Eurovisão, tendo vencido as edições de 1978, 1979, 1998 e 2018. Representado por "New Day Will Rise" e Yuval Raphael, o país ficou em 2.º lugar na Grande Final do Festival Eurovisão 2025, fruto do 15.º lugar no júri (60) e do 1.º lugar no televoto (297). No total, a candidatura israelita venceu o televoto de 13 países (Alemanha, Austrália, Azerbaijão, Bélgica, Espanha, França, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Resto do Mundo, Suécia e Suíça)

É a única medida justa, mas que peca por tardia. Obviamente, os interesses financeiros e políticos sobrepõem-se à realidade humanitária. Não se pode pactuar com um regime fascista, criminoso e extremista!
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