A organização do Festival Eurovisão Júnior 2023 está a ser investigada pela justiça francesa por suspeitas de uso indevido de dinheiros públicos, conflito de interesse e falsificação de documentos.
A emissora estatal francesa - France Télévisions - está, juntamente com as autoridades de Nice, no centro de uma polémica em França, com uma investigação judicial a decorrer em torno da organização do Festival Eurovisão Júnior 2023. Segundo informações confirmadas pela justiça francesa, uma investigação foi iniciada em agosto de 2024 devido a suspeitas de uso indevido de dinheiros públicos, conflito de interesse e falsificação de documentos administrativos na organização do concurso infanto-juvenil.
O cerne da investigação prende-se com a decisão da Câmara Municipal de Nice em alocar cerca de 605 mil euros de dinheiros públicos na organização do evento, bem como a escolha de Laura Tenoudji, jornalista e esposa do presidente da Câmara de Nice, Christian Estrosi, como apresentadora da Cerimónia de Abertura do evento. A justiça francesa está, através do inquérito em vigor, a apurar se a nomeação configura uma violação dos procedimentos legais e se foram concedidos benefícios indevidos entre cônjuges a ocupar cargos públicos.
Delphine Ernotte-Cunci, presidente da emissora francesa, foi uma das personalidades convocadas a prestar declarações, enquanto decorreram buscas nas instações da France Télévisions e na sede da Câmara Municipal de Nice, com apreensão de documentação considerada relevante para o processo. "Este episódio mina a confiança na emissora pública francesa, especialmente num momento em que lidera iniciativas inovadoras na Eurovisão Júnior" declarou um porta-voz da emissora francesa, onde defendeu a decisão da escolha de Laura Tenoudji, reconhecendo-a como "uma profissional de excelência com mais de 20 anos de carreira no canal".

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