[Olhares sobre o ESC2025] Islândia, Polónia e Eslovénia

O Olhares sobre o Festival Eurovisão 2025 começa hoje, com a análise dos três primeiros países do alinhamento da primeira semifinal: Islândia, Polónia e Eslovénia.  

A 17.ª edição do Olhares sobre o Festival Eurovisão arranca com a análise às primeiras canções concorrentes da primeira semifinal da edição deste ano: Islândia, Polónia e Eslovénia. Cada comentador pontuou todas as canções a concurso segundo a escala de pontos da Eurovisão, e comentou um lote de canções, distribuídas aleatoriamente. 

Olhares sobre o ESC2025 - Islândia

Adão Nogueira - Apesar de toda a controvérsia após vencerem o Söngvakeppnin 2025, a dupla VÆB vai representar a Islândia com a música “RÓA”. Esta aposta, ao contrário do que aconteceu no seu país, não foi aclamada pelos eurofãs, mesmo apresentando uma fusão de synthpop e música eletrónica aliada à música tradicional. A dupla é competente e sendo uma proposta moderna e visualmente apelativa, de certeza que irá ser um bom momento memorável de abertura do desfile da 1.ª semifinal.

Gonçalo Canhoto - Cabe à Islândia abrir as hostilidades este ano, naquela que é a primeira vez desde 2013 que ouvimos uma canção a abrir o certame que não é em inglês. Ainda assim, é uma experiência que parece melhor na teoria do que se revela na prática: “RÓA” pode ser música para os ouvidos de muita gente, mas não para os meus. Os irmãos islandeses trazem uma sonoridade eurodance ao nível do que a Escandinávia produzia nos primeiros anos do novo milénio, oscilando entre o nostálgico e o datado. A energia e a diversão são os principais trunfos do duo e, embora as apostas os deixem fora do lote de favoritos à qualificação, com um bom staging numa semifinal fraca, poderão causar estragos e alcançar a final.

Marcelo Silva - “RÓA” é uma composição vibrante e cativante, que combina sintetizadores pulsantes com uma melodia vocal péssima. Mesmo assim, cria uma atmosfera envolvente, e bastante “Festivaleira”, a combinação perfeita para abrir a Eurovision 2025. A música é de um modo geral bastante genérica, contudo apela bastante ao televoto. No meu ponto de vista a Islândia ficará melhor posicionada do que esperamos, sendo assim vejo a Islândia na final deste ano.

Nuno Carrilho - Uma canção divertida e animada... mas que é isto só. Boa para abrir as hostes da noite da primeira semifinal e que tem, na minha opinião, um ponto "positivo" que lhe poderá dar alguma vantagem: é das poucas da noite cujo ritmo consigo trautear tempos depois. Não vejo a Islândia a conquistar uma vaga na Final... mas nunca se sabe.

Patrícia Gargaté - A canção da Islândia desperta-me zero interesse. Infantizada e com pouco sumo, acredito que seja uma das que terá de se esforçar um pouco mais para chegar à final. O que vimos da apresentação em palco condiz com a canção: vazio e a necessitar de carisma. Boa sorte, pois acho que vão precisar!

Pontuações da Islândia

Adão Nogueira - 3 pontos

Alina Aleixo - 4 pontos

Emanuel Nabais - 6 pontos

Gonçalo Canhoto - 6 pontos

Hugo Sepúlveda - 2 pontos

Ivo Mendonça - 3 pontos

João Diogo - 3 pontos

Madlen Tutelian- 8 pontos

Marcelo Silva - 5 pontos

Nuno Carrilho - 5 pontos

Patrícia Gargaté - 4 pontos

Pedro Espírito Santo - 3 pontos

Rita Fonseca - 4 pontos

Total: 56 pontos

Olhares sobre o ESC2025 - Polónia

Ivo Mendonça - Considero ser uma canção que foi propositadamente feita para o palco eurovisivo, enaltecendo o poder vocal (e pulmonar) da Justyna. É uma atuação onde muita coisa acontece ao mesmo tempo, e que acaba por me distrair daquilo que é a canção. De qualquer das formas, tem um enorme potencial de ser uma das mais “memoráveis”, pelo menos em termos visuais. Boa sorte.

João Diogo - Justyna lá conseguiu voltar à Eurovisão depois do desaire do ano passado. Considero “Gaja” superior mas devo dizer que nenhuma das duas me enche as medidas. Se não prestar a devida atenção tudo o que fica é a ideia de que Justyna grita durante três minutos. A apresentação em palco também é para lá de caótica, bem ao estilo polaco. Deve chegar para passar mas por mim ficaria de fora da final.

Pedro Espírito Santo - A canção deste ano é uma rebaldaria caótica com muita gritaria. Ok, percebemos que consegues manter uma nota alta durante 39 segundos, mas é um pouco cansativo e ficar cansado ao fim da segunda canção da semifinal é capaz de ser chato. Penso que deve passar à final mas nunca será uma finalista óbvia. Depois da eurovisão provavelmente nunca mais ouvirei.

Rita Fonseca - Perdoem-me, mas eu não entendo. Já dei voltas à cabeça (mais do que as voltas que a mulher dá em palco), e mesmo assim continuo no vazio. Parece que está um bando de malucos no palco só porque sim, sem conteúdo. Mas, de alguma forma, a Polónia está nas bocas do mundo e a Justyna como uma certa qualifier. Eu fico genuinamente tonta de olhar para esta atuação, e apesar de admirar todo o esforço físico durante a atuação, para mim a Polónia ficava pela semifinal. 

Pontuações da Polónia

Adão Nogueira - 5 pontos

Alina Aleixo - 1 ponto
Emanuel Nabais - 7 pontos

Gonçalo Canhoto - 7 pontos

Hugo Sepúlveda - 5 pontos

Ivo Mendonça - 6 pontos

João Diogo - 5 pontos

Madlen Tutelian- 7 pontos

Marcelo Silva - 2 pontos

Nuno Carrilho - 3 pontos

Patrícia Gargaté - 4 pontos

Pedro Espírito Santo - 4 pontos

Rita Fonseca - 2 pontos

Total: 58 pontos

Olhares sobre o ESC2025 - Eslovénia

Alina Aleixo - Para mim é triste ver que uma canção como esta não esteja a ter a aclamação que merece porque não condiz com o gosto do público eurovisivo no geral. No entanto, a história por detrás desta canção é tocante e a emoção envolvente poderá chegar aos corações de quem a ouvir. "Music is not fireworks, music is feeling"... e aqui só isso basta! Espero que passe à final.

Emanuel Nabais - Já conhecia Klemen, não só devido aos medleys excelentes que fazia nas finais nacionais eslovenas, mas também através dos seus vídeos de sátira política. Assim sendo, sendo fã do trabalho do artista, queria imenso conseguir gostar da canção que escolheu levar à Eurovisão. No entanto, a mesma ficou aquém das expectativas. Como é óbvio, e tendo eu um coração (até prova em contrário), eu acho a letra da canção lindíssima, e decerto muita gente se vai rever na mesma. No entanto, a canção vive apenas disso mesmo, de uma mensagem. Para além disso, é apenas uma balada que acaba por ser extremamente monótona. Não consta do meu lote de finalistas, mas não excluo a possibilidade de uma passagem à final. 

Hugo Sepúlveda - Depois de uma aposta irreverente e arrojada em 2024, a escolha da Eslovénia para a edição de 2025 parece ficar um pouco “aquém”. Klemen é um intérprete competente e a canção é elevada pelo carácter genuíno da letra e o sentimento que esta carrega, reflectindo a experiência pessoal de Klemen. Penso que vão ter que apostar numa actuação que envolva o público na profundidade emocional desta proposta, já que não sei se “How Much Time Do We Have Left” será demasiado “inofensiva” a nível competitivo. Numa semifinal tão “barulhenta” e “excêntrica”, resta saber se a Eslovénia vai sobressair ou ser abafada.

Madlen Tutelian - Quando ouvi que Klemen participava na seleção da Eslovénia, tive expetativas muito diferentes, porque ele já era conhecido nos círculos da Eurovisão, onde costumamos vê-lo em papéis cómicos. Gosto da mensagem da balada, é muito pessoal e emocionante, mas em termos de música, não fico convencida, especialmente na primeira semifinal, que está cheia de vozes masculinas mais interessantes. Acho que a boa sequência de resultados do país pára aqui.

Pontuações da Eslovénia

Adão Nogueira - 2 pontos

Alina Aleixo - 10 pontos

Emanuel Nabais - 5 pontos

Gonçalo Canhoto - 7 pontos

Hugo Sepúlveda - 3 pontos

Ivo Mendonça - 7 pontos

João Diogo - 4 pontos

Madlen Tutelian- 4 pontos

Marcelo Silva - 4 pontos

Nuno Carrilho - 7 pontos

Patrícia Gargaté - 6 pontos

Pedro Espírito Santo - 3 pontos

Rita Fonseca - 4 pontos

Total: 66 pontos

Olhares sobre o ESC2025 - Classificação Final Provisória

1.º Eslovénia - 66 pontos
2.º Polónia - 58 pontos
3.º Islândia - 56 pontos

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Fonte e Imagem: RTP / Vídeo: ESCPORTUGAL