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[OPINIÃO] Nuno Carrilho comenta a Grande Final do ESC2014


Copenhaga recebeu, pela terceira vez na história, o Eurovision Song Contest cuja edição ficará na memória de todos os eurofãs. A vitória de Conchita Wurst tornou-se numa das mais mediáticas de sempre e promete fazer ainda correr muita tinta. No entanto, nem só de Conchita Wurst se fez a 59ª edição do ESC, mas também de outras 36 candidaturas. Relembro que este é um artigo de opinião independente, onde apresento a minha mera visão pessoal sobre o espetáculo da noite passada.

A moda da entrada olímpica parece ter chegado para ficar! Depois de ser usado em Malmö, a entrada individual em palco dos finalistas voltou a ser utilizada em Copenhaga, desta vez com maior destaque. Mas antes disso tivemos oportunidade de ver Emmelie de Forest a transportar o troféu, que havia de ser entregue ao vencedor no final do certame. Mas seguiram-se as 26 atuações:

Ucrânia - Com a díficil tarefa de abrir as hostes da Grande Final, Mariya voltou a mostrar tudo aquilo que vale. Teve uma das prestações mais bem conseguidas da edição, ajudada pela correção de alguns planos, sendo que, pela primeira vez, acho que não foi prejudicada na posição em que atuou. A sensualidade da cantora ficou bem patente, sendo outro dos factores que contribuíram para a classificação final. Sinceramente, não esperava uma colocação tão alta para a Ucrânia...

Bielorrússia - Como disse na semifinal, esta canção não vale um chavo, mas que resultou na televisão, resultou. Ao contrário das previsões, o país conseguiu pela primeira vez o segundo apuramento consecutivo e ainda igualou a segunda melhor classificação de sempre. Teo esteve bastante seguro em palco com uma atuação bastante marcante, apesar de ter passado mais despercebido do que na semifinal! Classificação justa!

Azerbaijão - Tendo em conta as últimas participações do país, por vezes julgo que o Azerbaijão ficou de fora desta edição! O tema que Dilara levou a Copenhaga é um dos mais bem conseguidos do ano, mas além de ser mais do mesmo, a prestação deixou muito a desejar. A cantora esteve muito bem vocalmente, mas por mais que fizesse não conseguiria cativar as pessoas: Dilara parecia desamparada em palco e até o vestido, magistral, lhe ficava mal! E tudo isso se refletiou nas votações, com uma das maiores discrepâncias entre o júri e o televoto dos últimos anos! Depois de cinco colocações consecutivas no top5 da competição, os azeris estrearam-se no top5... inverso! Classificação mais que justa!

Islândia - O único país nórdico que nunca venceu a competição, continua sem atingir esse feito, mas continua a marcar presença na Grande Final, sendo essa a sua sétima presença consecutiva. Se muitos achavam que os Pollapönk iriam ocupar o último lugar, estes conseguiram o melhor resultado do país desde o segundo lugar de Moscovo... A diversão em palco resultou muito bem e, mesmo aqueles que não gostavam do tema, passaram a gostar! Talvez não merecessem tanto...

Noruega - Três minutos de pura seca! Desculpem-me aqueles que idolatram este tema, mas a mim não me diz rigorosamente nada: é uma seca descomunal! Tem qualidade, isso tem, mas além disso e da implementação das violinistas na atuação, não consigo ver mais nada de bom nessa candidatura! O resultado ficou dentro do que esperava, mas muito acima da posição que lhe auferi no meu top pessoal! Novamente peço desculpas, mas não consigo mesmo gostar do tema! 

Roménia - Volto a repetir o que disse na semifinal: a Roménia levou, este ano, a maior bipolaridade da edição. O holograma e o piano são, sem sombra para dúvidas, dois dos pontos mais fortes da candidatura, sendo que até a interacção dos dois deixou muito a desejar! Parece que a química apresentada em Oslo, simplesmente, desapareceu! Além disso, aqueles gestos da Paula, com os braços enroladas em frente do rosto, era completamente dispensáveis. No entanto, nem tudo foi mau e a longa nota que a cantora dá no decorrer da canção foi muito melhor do que a apresentada na semifinal! Esperava melhor, muito melhor até, tendo em conta o apresentado no passado! Mesmo assim, o décimo segundo posto até foi bom demais!

Arménia - Planos melhorados e a Arménia voltou a "partir a loiça toda"! Uma produção das mais bem conseguidas da edição... Sempre disse que não era tema para vencer, mas sim para top5, e não me enganei. Aram MP3 fez uma atuação arrebatadora, mas na primeira parte do tema, esta deixa muito a desejar! A par de Qele Qele, Not Alone torna-se o tema com o melhor resultado arménio no ESC e ficará durante muito tempo na memória dos eurofãs! Classificação mais que justa!

Montenegro - Sergej Cetkovic trouxe o verdadeiro espírito da cultura balcânica para o palco de Copenhaga! Apesar do 18.º posto, o tema Moj Svijet conseguiu o melhor resultado para um tema interpretado na sua língua materna, sem ser o inglês. A atuação foi uma das mais cativantes, fazendo especial alusão à simplicidade e ao glamour demonstrado pelos elementos de palco, mas também à presença da patinadora! Merecia muito melhor, mas muito melhor mesmo! Se fosse a Sérvia ou a Bósnia-Herzegovina a levar este tema, seriam top10 sem sombra de dúvidas! Mas sendo Montenegro, o (inédito) apuramento tem de ser visto como uma vitória!

Polónia - Esta talvez seja a participação mais polémica da edição, depois da Áustria. As duas figurantes eslavas, ou devo dizer as "quatro eslavas", fizeram a delicia de muitos dos telespetadores e em muito ofuscaram o tema e a prestação da cantora. Mas na hora da votação, o público não esqueceu a Polónia e concedeu-lhe um dos melhores resultados da sua história, 14.ºlugar, apesar de ter sido sexto na votação exclusiva do televoto. A classificação não fugiu muito do que esperava, apesar de achar que a votação do televoto fosse subir 

Grécia - Uma das participações mais desaparecidas da noite. Atuar depois da polémica Polónia e da favorita Áustria fez com a dupla grega desaparecesse da memória dos telespectadores e igualasse a pior classificação grega da história: 20.º posto. Gosto bastante da candidatura deste ano, não só pela qualidade do tema em si, mas por (finalmente) terem deixado de fora o pop que levam ano após ano, e terem apostado em algo diferente do habitual! Melhores dias (e classificações) virão...

Áustria - Palavras para quê? Polémicas de fora, a Áustria mereceu, sem qualquer sombra de dúvidas, a vitória da edição! Além de ter um dos melhores temas da década, que lembra a temática do 007, Conchita Wurst ofereceu-nos aquela que será durante muito tempo "A" Interpretação! Que voz, que segurança... que emoção! A sério, duvidei imenso, antes do ESC, que a Áustria conseguisse vencer, mas depois desta interpretação, todos os "ses" cairam! Pela primeira vez, desde que acompanho o certame venceu o meu tema favorito! E preparem-se, que muita tinta ainda vai correr sobre essa vitória...

Alemanha - Primeiro estanha-se, depois entranha-se! Apesar da quase mortifera tarefa de atuar entre as duas candidaturas mais mediáticas da edição, o grupo alemão conseguiu fazer algo que nunca pensei sobre a sua prestação: surpreender-me! Não conseguia gostar "um chavo" do tema, mas sei lá... Ficou na cabeça, a prestação foi bastante segura e conseguiu convencer-me! Apesar da indumentária usada pela "Fanny Alemã", como foi intitulada a vocalista nas redes sociais portuguesas, não ter sido a melhor escolha, resultou bastante bem! O décimo oitavo posto surpreendeu-me, visto que antes de sábado nunca pensei que conseguissem sair do Bottom 5!


Suécia - Sanna Nielsen levou ao palco eurovisivo um dos melhores temas da edição. Com uma prestação exemplar a nível vocal (não fosse ela uma das cantoras mais experientes a concurso), conseguiu transparecer todos os sentimentos que o seu tema exigia. De realçar também, que ao contrário de 2010, desta vez as luzinhas do público resultaram na atuação sueca. Não há muito mais a frisar: foi uma das melhores candidaturas do ano e da Suécia, sendo essa a segunda maior pontuação do país em toda a sua história. Uma das minhas grandes favoritas, cuja colocação foi mais que justa!


França - O país andava a ameaçar e finalmente conseguiu: França foi o último classificado pela primeira vez na história do concurso. A atuação dos Twin Twin não convenceu o júri, o que já era esperado, mas também não cativou o televoto, a sua última rédea de esperança. Pessoalmente, esperava muito mais da atuação da França, mas pronto... para o ano há mais! Classificação mais que justa!

Rússia - Isto de misturar política com música tem muito que se diga... As Tolmachevy Sisters tiveram, ao longo da gala, os maiores apupos da noite, sem qualquer culpa... muito pelo contrário! Apesar de terem um dos temas mais desatualizados, as gémeas vencedoras do JESC2006 tiveram uma das melhores performances do ano, conseguindo cativar o público durante os três minutos em que subiram ao palco. A nível vocal estiveram perfeitas e mereceram a classificação obtida. Destaque ainda para a presença de Rui Andrade (cuja participação passou despercebida aos telespetadores da RTP), apesar de continuar a achar que merecia maior destaque...

Itália - Emma Marrone levou a Copenhaga um dos temas mais fortes da edição! Tinha tudo: voz, garra, emoção, força,... tudo! Mas em palco... puff! Parece que nada resultou bem! Primeiro há que mencionar que houve um desfazamento entre o som e a imagem transmitido ou quem cantou não foi a Emma mas sim a corista "escondida"! A presença dos músicos em palco também era dispensável, bem como a correria da cantora durante aqueles minutos! Na minha opinião, a única coisa que resultou em pleno foi a indumentária, fazendo alusão aos tempos áureos do Império Romano. Esperava muito mais da Itália, muito mesmo! Depois desse resultado, não me admiraria que a RAI fique de fora da próxima edição... veremos!

Eslovénia - Uma das revelações do ano! A Eslovénia cresceu tanto entre a final nacional e a atuação na B&W Hallerne, que por vezes esqueço-me que odiava este tema! A simplicidade foi a chave para o sucesso do país, que apesar do penúltimo lugar, conseguiu o primeiro apuramento desde Düsseldorf. A nivel vocal, Tinkara esteve irrepreensível e não fosse o "boicote balcânico" à edição deste ano, a Eslovénia teria ficado muito acima na tabela classificativa! Merecia melhor classificação, mas o apuramento já foi uma pequena vitória!  

Finlândia - Mesmo depois da surpresa da atuação, a Finlândia ainda me conseguiu surpreender na hora da votação: melhor resultado desde a vitória dos Lordi. Por essa não esperava mesmo... Sou grande fã do tema, como já o havia referido na semifinal, mas nunca esperei que a Europa aderisse à candidatura finlandesa! Não há muito mais a realçar, mas aproveito a ocasião para fazer alusão ao estrondoso sistema de luzes do palco, que tornaram o refrão do tema, num dos melhores momentos televisivos da edição.

Espanha - Nuestros Hermanos ( ou melhor, Nuestros Hermanos até conhecerem a nossa votação) seguiram-se no palco, com um dos seus temas mais fortes da última década, a par com Quedate Conmigo. Ruth Lorenzo esteve fantástica em palco, mostrando todo o seu potencial vocal (se bem, que em certos momentos torna-se exagerado). Os fundos apresentados foram muito bem concebidos, sendo que nos primeiros instantes parece mesmo que chove, sendo que o cabelo molhado da cantora encaixou na perfeição nos fundos e na temática do tema. Não merecia ficar de fora dos pontuados por Portugal, mas aí condeno exclusivamente o júri: há que travar o voto amigável e previsível, mas há que ter em conta quando há qualidade nesses e a Espanha merecia ficar muito acima na votação! Polémicas à parte, a Espanha volta ao top10 depois do desaire em Malmö e tendo em conta os últimos anos, poderemos esperar um flop em 2015?

Suíça - A Suíça levou uma música a pensar no televoto e assim aconteceu: amada pelo público (7º), mas odiada pelo júri (22º). Um dos temas mais energéticos da noite, que conseguiu colocar a Europa a assobiar com Sebalter, que com o seu ar descontraído conseguiu o melhor resultado do país desde 2005. Outra das surpresas da edição, pois sempre pensei que fosse um tema que não resultaria em palco... Acerca do décimo terceiro posto, já era esperado, tendo em conta que estamos a falar da Suíça!

Hungria - Outro dos favoritos à vitória, mas que na minha opinião, passou totalmente despercebido! Não há muito mais a realçar: foi uma das melhores participações do país, sendo que no início da votação chegou a ameaçar a vitória! A mudança de visual, com a adição de um sobretudo, não favoreceu a atuação, mas como disse anteriormente, esta passou praticamente despercebida, surpreendendo-me a pontuação atribuida pelo televoto: 10.º posto. Mereceu o resultado alcançado, sem sombra de dúvidas!

Malta - Seguindo a receita dos últimos dois anos, Malta voltou a fazer parte do alinhamento da Grande Final. No entanto, como tinha previsto, o resultado dos Firelight ficou muito aquém do alcançado por Gianluca Bezzina em Malmö, sendo o terceiro pior resultado da história do país. A atuação foi praticamente idêntica à apresentada na semifinal, onde a descontração e a animação foram fulcrais. Esperava melhor classificação...


Dinamarca - O tema mais viciante da edição! Apesar de ter gostado mais da atuação no Dansk Melodi Grand Prix, o anfitrião deste ano levou o público ao rubro e a trautear "Scooba-dooba-dap-dap-di-di-die". Um tema bastante descontraído e que resultou na perfeição! Só critico aquele pano enorme a dizer "Love", pois era totalmente dispensável! Colocação no top10, mas que justa!

Holanda - Se antes de terça-feira me dissessem que a Holanda se apuraria, não acreditaria! Mas se me dissessem que seriam vice-campeões do ESC, no mínimo, iria mandar umas gargalhadas! Mas no espaço de uma semana tudo mudou! Fiquei fã do tema, coisa que nunca pensara anteriormente! A cumplicidade dos cantores foi fulcral para o resultado alcançado, sendo esse o melhor do país desde 1975! Faço vénias ao trabalho da emissora holandesa nessas duas últimas edições, que mostraram a todos que quando se quer, conseguem-se excelentes resultados! Conheço um país que poderia pôr aqui os olhos...

São Marino - Foi uma das surpresas dos apurados nas semifinais ao conseguir o apuramento por apenas um ponto sobre a candidatura portuguesa, mas Valentina Monetta fez história ao conseguir apurar o pequeno país da Península Itálica para a Grande Final! No entanto, a luta era desleal para São Marino: a vitória era fugir ao último lugar com null points. E conseguiu mesmo, tendo conseguindo melhor resultado no televoto que no júri, o que culminou com um antepenúltimo lugar! Valentina esteve muito segura em palco, mas não há muito mais a dizer! Gostei bastante do tema e da sua atuação, realçando a posição ocupada pelo coro! Merecia muito mais, mas tendo em conta São Marino, foi uma grande classificação.

Reino Unido - Eis-nos chegado à última atuação da noite! Com um dos temas que mais me surpreendeu aquando da sua apresentação, o Reino Unido fez-se também representar por uma das vozes mais caracteristicas da edição! No entanto, a Europa não gostou... O público não aderiu, como costuma acontecer com os países do Big5, mas o júri está ali a fazer o que? Enfim... Merecia muito mais do que o mero décimo sétimo lugar! Grande aposta do Reino Unido!

Depois da maratona de atuações, seguiram-se um dos melhores momentos do ano! A vencedora do ano passado, Emmelie de Forest subiu ao palco com o tema Only Teardrops, usando uma indumentária que não deixou ninguém indiferente. De seguida, subiram ao palco todos os finalistas desta edição e juntamente com a cantora interpretaram o hino da edição, Rainmaker, num dos momentos onde se denotou o bom ambiente entre os concorrentes!


Seguiu-se a votação e apesar dos sustos iniciais, cedo se percebeu quem iria vencer a edição: Conchita Wurst arrebatou a votação com 290 pontos, destronando a Dana International e os Lordi no topo das vitórias mais mediáticas! No entanto, muitas foram as pontuações que deram que falar: os zero pontos atribuidos a Espanha por Portugal, as pontuações ucranianas e russas auferidas à Áustria... Mas isto, meus amigos, é a Eurovisão! Mudem o modelo de votação as vezes que mudarem, nunca encontrarão um modelo perfeito e que não origine discussão! 

A Eurovisão regressa assim ao centro da Europa, depois de várias viagens entre o Norte e o Leste Europeu! A vitória de Conchita Wurst não fica por aqui: o mediatismo ganho pelo cantor austriaco não ficará por aqui e muito se escreverá e falará nos próximos tempos. No entanto, fica a vitória da tolerânica e da igualdade, a vitória da voz e da música e a vitória do poder da interpretação! Que se inicie a contagem descrescente para a 60ª edição do Eurovision Song Contest!


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Fonte: ESCPortugal / Imagem: eurovision.tv
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  1. Anónimo11:19

    E de novo a história da tolerância e bla bla bla..... só queria saber se não houvesse barba até onde ia a tolerância?
    A Islândia tb apelava à tolerância, certo? Pois.... mas não era uma (falsa) Diva, daí a maioria dos eurofãs simplesmente nem suporta ouvir.
    Mas enfim, ainda estão todos demasiadamente comovidos com a nova Diva. Espera-se pelo devido distanciamento temporal.

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  2. Anónimo11:47

    Gostem ou não Conchita W. já disse tudo, "A noite de hoje é dedicada a todos os que acreditam num futuro de paz e liberdade. Somos a união e somos imparáveis",

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  3. Anónimo12:07

    Pena o ESC ser falado pela cara da vencedora e nao pela musica

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  4. Anónimo12:56

    Marketing, marketing, marketing vencedor.

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  5. Anónimo14:22

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  6. Anónimo18:58

    Tanta crítica à vencedora aqui, em vez de congratularem o jovem autor desse texto! isso sim... tomara muitos sites terem um jovem como o carrilho, que apesar da tenra idade revitalizou o escportugal. da minha parte, muito obrigado!

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  7. Anónimo19:49

    eu queria era ver os planos de realização caso Portugal tivesse chegado à final...isso é que era

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  8. Anónimo13:09

    Artigo muito sereno e com "avaliações" ajustadas ao que se passou na arena e nos pequenos ecrãs.
    Parabéns Nuno Carrilho.

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