Espanha: Ministro da Cultura volta a defender o boicote ao Festival Eurovisão 2026 em caso de participação de Israel

  

Ernest Urtasun, ministro da Cultura de Espanha, voltou a defender a exclusão de Israel do Festival Eurovisão 2026 e admitiu o boicote espanhol: "Os massacres continuam a acontecer em Gaza".

O ministro da Cultura espanhol, Ernest Urtasun, tornou-se, há várias semanas, numa das vozes espanholas mais ativas na defesa da retirada do país do Festival Eurovisão 2026 devido à participação de Israel: "Não podemos normalizar a participação de Israel em fóruns internacionais como se nada estivesse a acontecer" defendeu em setembro.

Contudo, ainda que a EBU/UER tenha anunciado novas regras para o concurso e que tenha sido acordado um cessar-fogo no conflito em Gaza, Ernest Urtasun insistiu na necessidade de manter o boicote cultural, reforçando o apelo ao boicote ao Festival Eurovisão caso Israel seja autorizado a competir na edição em Viena.

Segundo o político, apesar do acordo de paz, "Israel não está a respeitar o cessar-fogo e os massacres continuam a acontecer em Gaza", enfatizando que "não há motivo para suspender o boicote, que deve continuar". Ernest recordou ainda o bloqueio cultural e desportivo realizado para com a África do Sul que determinou o fim do apartheid no país: "O boicote foi um elemento crucial para o fim do apartheid na África do Sul e deve ser exercido também contra aqueles que cometem a maior atrocidade do século XXI".

De realçar que amanhã, 27 de novembro, o presidente da emissora estatal espanhola RTVE, José Pablo López, apresentará a posição da emissora sobre a participação no Festival Eurovisão 2026, numa audição perante a Comissão Parlamentar Mista de Controlo do Congresso e do Senado. A comparência foi solicitada pelo senador Ramón Morales Quesada, que pretende obter esclarecimentos antes da Assembleia Geral da União Europeia de Radiodifusão (EBU/UER), marcada para o próximo mês.

Estreante em 1961, Espanha conta com 64 participações initerruptas no Festival Eurovisão, com destaque para as duas vitórias (1968 e 1969) e as outras seis presenças no pódio, a última em 2022. Em Basileia, o país foi representado por Melody e "Esa Diva", tendo terminado em 24.º (e antepenúltimo) lugar com 37 pontos, fruto do 21.º lugar no júri (27) e o 22.º no televoto (10), com 6 pontos do público português.

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Fonte: Eurovision-Spain / Imagem: El Diario de Madrid / Vídeo: Eurovision.tv