A emissora dinamarquesa DR confirmou que não boicotará o Festival Eurovisão 2026 caso Israel esteja a concurso, mas estabeleceu condições para a participação contínua: "A nossa participação não é um apoio nem um protesto contra países individualmente, mas sim um desejo de manter comunidades além fronteiras".
Depois de já ter sido mencionado que não tencionava afastar-se do concurso em protesto, a emissora estatal da Dinamarca confirmou que não boicotará o Festival Eurovisão 2026 caso Israel seja autorizado a competir no certame. A declaração foi dada ao DR Nyheder por Gustav Lutzhoft, editor da DR Culture, Debate and Music, frisando que a DR não boicotará o evento, mas que coloca condições para a sua participação contínua no evento.
A DR apoia o Festival Eurovisão como um evento cultural que une nações por meio da música desde 1957. A nossa participação depende da existência de uma comunidade internacional forte, de segurança e de uma estrutura apolítica em torno da competição.
A mossa participação não é um apoio nem um protesto contra nenhum país individualmente, mas sim um desejo de manter comunidades além fronteiras. Num momento marcado por agitação e divisão, vale a pena relembrar o propósito original de competições como a Eurovisão: criar um espaço onde possamos nos encontrar apesar das diferenças e divergências. A Eurovisão deve ser preservada como uma comunidade apolítica. A DR quer continuar a fazer parte disso e informámos a EBU/UER sobre isto.
De realçar que, até ao momento, quatro emissoras confirmaram oficialmente que boicotarão o Festival Eurovisão 2026 caso Israel esteja a concurso - RTVSLO (Eslovénia), RTÉ (Irlanda), AVROTROS (Países Baixos) e RTVE (Espanha) - enquanto outros países também manifestaram essa possibilidade. Contudo, a decisão da participação de Israel apenas deverá acontecer a 4 e 5 de dezembro aquando da Assembleia Geral da EBU/UER em Genebra.
Estreante em 1957, a Dinamarca conta com 52 participações no Festival Eurovisão, tendo marcado 45 presenças na Grande Final e três triunfos (1963, 2000 e 2013). Vencedora do Dansk Melodi Grand Prix 2025, Sissal representou o país em Basileia com "Hallucination", tendo conquistado o primeiro apuramento para a Grande Final desde 2019, tendo terminado em 23.º lugar com 47 pontos, fruto do 17.º lugar no júri (45) e o 24.º no público (2).

"A nossa participação não é um apoio nem um protesto contra países individualmente, mas sim um desejo de manter comunidades além fronteiras"
ResponderEliminarNão podia concordar mais. Como fã do FdC e do ESC, oponho-me por absoluto a uma cultura woke de cancelamento que em nada celebra os objetivos da criação do ESC. Espero que Portugal assuma publicamente uma posição forte e inequivoca que irá participar tal como a Dinamarca.
Quando da exclusão da Rússia, lembro que a DR foi uma das primeiras a ameaçar, corretamente, deixar o concurso no caso de não exclusão. Pena que para israel não siga seu mesmo critério.
Eliminar@anónimo 21:54 - Existem contornos incomparáveis. A situação Russia-Ucrânia (ambos membros concorrentes do ESC) é substâncialmente diferente.
EliminarSim, ambos membros participantes, algo que a Palestina não é, tudo bem. Mas quanto ao estado genocida estar usando o concurso para fins de propaganda política a fim de mobilizar um discurso pró-israel? Acredito que isso vai contra os preceitos do festival.
EliminarAndar a brincar aos festivais e às votações manipuladas é pura hipocrisia quando existe um genocídio em curso onde já morreram mais de 60 mil pessoas. Deixariam a Alemanha Nazi participar numa competição musical enquanto matava em campos de concentração?
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