Eurodeputados de diferentes grupos políticos e países – Espanha, França, Eslovênia, Irlanda, Grécia, Chipre e Finlândia – enviaram hoje à União Europeia de Radiodifusão (EBU/UER) uma carta manifestando a sua preocupação com as crescentes suspeitas de irregularidades relacionadas com a 69.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, recentemente realizado em Basileia.
Esta carta, dirigida à presidente da UER, Delphine Ernotte-Cunci, ao diretor-geral da UER, Noel Curran, à presidente do Grupo de Referência da Eurovisão, Ana María Bordas, e aos membros do Comité Executivo da UER, menciona “problemas sistemáticos relacionados com a transparência, a equidade e a influência indevida, que ameaçam os valores que a UER afirma defender: independência, imparcialidade e confiança pública”.
Várias emissoras nacionais expressaram sérias preocupações sobre uma possível manipulação da votação e o uso de infraestrutura promocional estatal para apoiar a candidatura israelita deste ano, indica a carta. Como prova, é citado um relatório do canal público flamengo VRT, que revela disparidades inexplicáveis entre a audiência e a participação no televoto entre 2023 e 2025. A emissora pública espanhola RTVE também solicitou uma auditoria completa do seu televoto, assim como a RTVSLO.
Segundo os eurodeputados signatários, “este padrão crescente de desconfiança nos dados nacionais deveria servir de alerta para a UER. Sem transparência e mudanças estruturais, a Eurovisão corre o risco de perder a confiança dos seus membros e do seu público”.
Existe também uma preocupação profunda com o facto de a Agência de Publicidade do Governo de Israel (Lapam) ter financiado e organizado uma campanha multiplataforma em favor da sua candidatura. Esta situação, precedida já pelo envolvimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel em 2024, levanta sérias dúvidas sobre a imparcialidade do festival e a independência da emissora pública israelita KAN.
Por tudo isto, os eurodeputados solicitam à UER:
- A publicação dos resultados completos da votação, detalhados por país, método e ronda.
- A autorização de uma auditoria independente e transparente do processo de votação de 2025.
- A revelação de todos os contratos publicitários diretos e indiretos.
- A clarificação e implementação de restrições à promoção governamental de candidaturas.
- A divulgação de todos os contratos de patrocínio.
- A elaboração de uma análise detalhada do sistema de votação e a proposta de reformas para evitar interferências políticas.
A carta conclui que a UER deve continuar a ser garante dos meios de comunicação públicos e dos princípios de imparcialidade, responsabilidade e diálogo intercultural. “Não abordar estes problemas significaria desviar-se desses ideais e enfraquecer a confiança pública no concurso”.
Os eurodeputados signatários são:
- Matjaž Nemec – Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu (S&D), Eslovênia
- Aodhán Ó Ríordáin – Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu (S&D), Irlanda
- Rima Hassan – A Esquerda – GUE/NGL (The Left), França
- Barry Andrews – Renew Europe, Irlanda
- Vicent Marzà Ibáñez – Verdes/Aliança Livre Europeia (Greens/EFA), Espanha
- Ana Miranda Paz – Verdes/Aliança Livre Europeia (Greens/EFA), Espanha
- Vladimir Prebilič – Verdes/Aliança Livre Europeia (Greens/EFA), Eslovênia
- Nikos Pappas – Não Inscritos (NI), Grécia
- Irena Joveva – Renew Europe, Eslovênia
- Lynn Boylan – A Esquerda – GUE/NGL (The Left), Irlanda
- Giorgos Georgiou – A Esquerda – GUE/NGL (The Left), Chipre
- Maria Ohisalo – Verdes/Aliança Livre Europeia (Greens/EFA), Finlândia
- Mounir Satouri – Verdes/Aliança Livre Europeia (Greens/EFA), França
A bolha está cada vez a aumentar mais. Falta saber para que lado vai arrebentar.Para o ano, ou Israel está fora ou muitos países vão desistir.
ResponderEliminarE lá vamos nós outra vez!
ResponderEliminarA EBU já respondeu algumas dez vezes indicando que tudo correu de acordo com a normalidade.
Mau perder... 😴😴 Não ganhou a Eslovénia com aquele bocejo saído de um cabaret em 1973,
temos pena.
Tudo normal quando uma canção generica e antiquada é a mais votada por motivos que não são musicais
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