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Martin Österdahl: "As emissoras russas são o braço estendido de Putin, a emissora israelita é exactamente o oposto"


"Haverá manifestações? Muito provável. Será um pouco desconfortável e poderá ficar violento? Possível. A polícia conseguirá lidar com isso? Acho que sim".


Numa ampla entrevista ao Dagens Industri, Martin Österdahl, supervisor executivo do Festival da Eurovisão, falou sobre vários tópicos que afetaram os preparativos do concurso este ano. Österdahl lamentou as circunstâncias desafiadoras em que a Eurovisão será realizada em 2024.

Com o aumento das tensões em toda a Europa, tem havido preocupações sobre a segurança. Österdahl acredita que embora possa ser “desconfortável”, a segurança não deverá estar em causa. "Em relação às circunstâncias de segurança, estamos no auge da segurança há muitos anos, o público e as equipas que trabalham na Eurovisão durante oito a nove semanas podem estar seguros. Haverá manifestações? Muito provável. Será um pouco desconfortável e poderá ficar violento? Possível. A polícia conseguirá lidar com isso? Acho que sim", afirmou.

Österdahl também abordou o ódio que tem tomado conta das redes sociais em torno do concurso este ano. Muitos protestaram contra a inclusão de Israel no concurso, com algumas pessoas a dirigirem mensagens de ódio tanto aos organizadores como aos próprios artistas. Österdahl sente que já se ultrapassou o limite do admissível.

"Há muito ódio na imprensa e nas redes sociais, contra os participantes e contra quem trabalha na Eurovisão. O ódio não pertence ao Festival Eurovisão da Canção e vamos lutar muito contra isso. Já ultrapassamos o que podemos tolerar agora – os artistas não deveriam ter medo de expressar a sua forma de arte porque há um conflito noutro lugar do mundo com o qual eles não têm nada a ver. É absolutamente absurdo", disse Österdahl.

Quando questionado pelo Dagens Industri sobre a participação de Israel, o supervisor executivo reiterou que a Eurovisão é um concurso para emissoras, não para governos. E, quando questionado sobre a razão pela qual a Rússia foi banida da competição em 2022 e não Israel, Österdahl defendeu a emissora israelita KAN, descrevendo-a como o “oposto direto” do Estado israelita: "a desinformação que se espalhou sobre a invasão da Ucrânia foi o que acabou por ser demais para nós. Mas enquanto as emissoras russas são o braço estendido de Putin e do Kremlin, a emissora israelita KAN é exactamente o oposto. Netanyahu tem tentado fechá-la. E são as emissoras independentes de serviço público que temos de apoiar".

Martin Österdahl afirmou ainda que a AZTV, do Azerbaijão, é aquela cuja independência é mais questionável. Embora a AZTV não seja a emissora que representa o Azerbaijão – essa é a İctimai Television – o supervisor executivo afirma que tiveram razões para fazer reparos ao Azerbaijão: "tivemos motivos para apontar coisas em relação ao Azerbaijão. Não é exactamente uma democracia e por vezes pode-se questionar a independência do AZTV. Mas ainda não ultrapassaram os limites como a Rússia fez".

Para finalizar, Österdahl admite que está frustrado com as discussões políticas em torno da Eurovisão, dizendo que o concurso é a única coisa que epodem controlar: "passo muito tempo a explicar às delegações que uma vez que alguém sobe ao palco é preciso tirar o casaco e focar no que nos une. A única coisa que podemos controlar são aqueles três minutos no palco, e é por isso que às vezes fico frustrado quando muitas pessoas querem fazer política com o Festival Eurovisão da Canção".

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Fonte: Eurovoix / Imagem: Google
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  1. Diogo20:32

    Martin, és muito sensato! 🤗 Bem hajas!

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    1. Anónimo20:12

      E tão boa pessoa que ele também é!

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