[RUMO A ESTOCOLMO] MyRadiantU: “É uma canção pela esperança e pela liberdade.."

A banda Myradiantu está em competição na final nacional da Letónia ‘Supernova 2016’. Em entrevista com o ESCPORTUGAL, o vocalista Janis Driksna falou do seu portfolio musical, da preparação para o festival desta noite e de outros projetos para o futuro. Surpresa deste artista também pela ausência da RTP da Eurovisão 2016. “Parece que Portugal tem alguma coisa contra a Suécia...”

Em vésperas de entrar na competição da Letónia para o Festival Eurovisão 2016, que acontece precisamente esta noite, o vocalista da banda Myradiantu, Janis Driksna, acedeu conversar com o ESCPORTUGAL entre ensaios, eventos e toda a azáfama habitual da semana que antecede um evento com a envergadura do festival Supernova. “Realmente estão a ser uns dias muito trabalhosos, mas também divertidos”, começou por afirmar ao ESCPORTUGAL. “Obriga-nos a despender muito tempo e energia! Mas do canto, à voz, até à nossa performance em palco, queremos garantir e ter a certeza que tudo vai estar bem e de acordo com a nossa canção e a sua temática”. E se estes dois importantes pontos, ensaios de canto e performance, são assegurados pela própria banda, já sobre o outfit tiveram de pedir ajuda a especialistas: “Temos a assessoria da linha de vestuário da Letónia BlankBlank”.

Quisemos saber como é que Janis se descreve como pessoa, para que os nossos leitores o possam conhecer melhor. “Não sou muito falador, mas quando o faço sou franco e direto. Gosto de estar em palco e atuar, transmitindo de forma direta ao público os sentimentos e as mensagens. Sempre que canto uma canção, isso faz-me concluir que ‘tenho voz” no sentido que posso transmitir as mensagens que eu próprio quero transmitir e que muitos outros, que não têm esta oportunidade, também querem”.

Pegando neste ponto, Janis afirmou que a sua canção concorrente ao Supernova “We will be stars”, “tem tudo a ver com a necessidade que tenho de chamar a atenção para as pessoas que se sentem em baixo e dizer-lhes que eles também podem ser ouvidas”. Para além de cantor, Janis Driksna é também autor e compositor. “A música não surgiu na minha vida muito cedo”, fez questão de afirmar, “só depois da Escola Secundária”. Até aí, “dedicava-me mais ao desporto, especialmente ao atletismo, e não tinha muito tempo para mais”. 

Tardiamente na música, mas já com algumas boas histórias para nos contar. “Estive bastante ocupado numa Igreja, como líder do grupo coral. Adorei fazer esse serviço!”, sublinhou. “Mas atuar num palco, num concerto, é muito diferente. Para mim, cantar é interpretar histórias! E eu adoro boas canções e boas histórias!” Sobre as suas referências musicais, Janis tem gostos variados, “do indie ao pop, passando também pelo folclore”. Mas com uma condição: “Tem de ser música positiva com uma boa história com emoção! Aí será ouro sobre azul!” Assim, os seus grupos e artistas de eleição são “Miik Snow, Bon Iver, The Civil Wars, Coldplay, Empire of the Son, Bombay Bicycle Club, Fink, Foster the People, M83 e muitos outros”.

Sobre a Eurovisão, o nosso interlocutor não tem dúvidas em afirmar que se trata “do maior evento do ano para a música europeia”, confessando “que sempre assisti ao programa pela televisão com amigos e família”. Desfolhando o livro das memórias, Janis destaca a sua primeira lembrança do evento: “ O grupo Brainstorm que com a canção "My Star" em 2000 alcançou o 3.º lugar pela Letónia”.

Para Janis esta será a segunda participação na final nacional da Letónia. Em 2014, interpretou "Going All the Way". “Não ganhámos, mas foi uma boa experiência, sendo que a canção teve boa aceitação das rádios!”

Para 2016, o cantor sempre integrado na banda MyRadiantU, mas a canção "We Will be Stars” tem letra e música de sua autoria. “Quando escrevi esta canção, tive um forte feeling que iria ser escolhido para o Supernova. Submetemos uma demo da canção, só com piano e voz. Depois o produtor Kaspars Ansons deu-lhe novos arranjos”.

A letra diz-lhe muito. “Como disse antes, tem tudo a ver com a necessidade que tenho de chamar a atenção para as pessoas que se sentem em baixo e dizer-lhes que eles também podem ser ouvidas. É uma canção pela esperança e pela liberdade, em sermos aquilo com que sonhámos ou pretendemos ser!” Se conquistarem o passaporte para Estocolmo, já há planos, perguntámos. Sem querer embandeirar em arco, Janis acredita que “iremos fazer um videoclip e trabalhar na produção de alguns remixes do tema. Penso que será desafiante trabalhar numa boa coregrafia, sem contudo deixarmos de ser autênticos”.

Quisemos saber, também, a opinião do cantor sobre a representante do ano passado, Aminata. “Foi muito bom”, opinou. “O refrão era muito forte e Aminata fez um excelente trabalho com o ‘styling’. Penso que se a performance fosse mais simpática e leve, o resultado poderia ter sido ainda melhor!”

Por fim, a entrevista do ESCPORTUGAL com Janis Driksna não poderia deixar de abordar o nosso país. “Infelizmente, nunca visitei Portugal, mas pelas imagens que vejo, adoraria visitar e, melhor ainda, como cantor poder atuar aí”. E antes que o questionássemos sobre as anteriores participações na Eurovisão, Janis descreveu a atuação de Leonor Andrade em Viena como tendo sido “mesmo muito boa”.

Já sobre a não participação da RTP em 2016, o cantor não tem a mesma opinião positiva. “Acho essa decisão surpreendente… parece que Portugal tem alguma coisa contra a Suécia, não faço ideia porquê. É terceira vez que Portugal não participa no concurso precisamente quando este é sediado na Suécia”.

Na reta final da entrevista, ainda tempo para falarmos dos planos para o futuro. O grupo irá lançar um novo álbum em março "The City of Love". “Estamos a planear uma pequena digressão na Letónia e nos países vizinhos. Queremos também participarv em festivais de verão e, quem sabem passar algum tempo com qualidade em Estocolmo”, terminou com um sorriso.

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Fonte/Imagem: ESCPORTUGAL/ Vídeo: Youtube