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Conchita Wurst: “Espero que a Eurovisão não se esqueça de mim, porque eu nunca vou esquecer a Eurovisão”

Numa breve entrevista com o ESCPORTUGAL, Conchita Wurst elogiou a comunidade de fãs da Eurovisão, que a levaram a conquistar o Festival Eurovisão 2014 e a mudar radicalmente a sua vida. “Agora tenho oportunidade de concretizar os meus sonhos!”


Desde que ganhou o Festival Eurovisão há mais de um ano, Conchita Wurst viveu tantos momentos mágicos. “Há dois anos não imaginava que isso seria possível”, afirmou ao ESCPORTUGAL, aproveitando a curta estadia da cantora em Lisboa no passado fim-de-semana. “Participar na Eurovisão foi um sonho tornado realidade (já tinha tentado uma vez, mas fiquei em 2.º lugar), mas era uma oportunidade para eu ser conhecida internacionalmente”. Conchita ganhou a Eurovisão, não só porque interpretava uma canção forte, mas também e sobretudo por todo um conjunto de mensagens que, em três minutos de atuação no palco de Copenhaga, conseguiu transportar até ao público em casa. Os apelos pela igualdade e tolerância entre os povos, e sobretudo para com a comunidade LGBT, fez com que a artista fosse recebida pelo presidente do Parlamento Europeu e pelo secretário-geral das Nações Unidas. “Sinto-me lisonjeada com estes convites políticos, importantes, mas mesmo assim sou só uma cantora, um drag-queen, pessoa que faz entretenimento”, prefere relevar. “Sei como entreter as pessoas, sei como cantar, sinto-me bem no palco, mas quando se fala em política, só sei aquilo que o meu coração me diz”.



‘Depois da Eurovisão, o que mudou?’, perguntámos. “A minha vida mudou radicalmente, sobretudo no que diz respeito à criatividade… agora tenho a oportunidade de realizar aquilo que, antes, não passavam de sonhos!”, sublinha.

Mas, num ano, as críticas não se fizeram tardar, sobretudo vindas de alguns países do Leste europeu, mas não só. Também um diretor de um jornal português lançou duras críticas a propósito da sua vinda a Portugal. Dando resposta a esses comentários, Conchita tem resposta pronta: “A única coisa que posso dizer é ‘obrigada pela vossa atenção’ porque, normalmente, não comento assuntos dos quais não gosto”.

Musicalmente, tem percorrido vários países da Europa, fazendo com que, só um ano depois do convite para atuar em Lisboa, tenha tido a oportunidade de o aceitar. Lançou uma autobiografia (que será editada em português no final deste ano, tal como pode recordar AQUI), bem como o seu primeiro álbum. “É o meu bebé”, afirmou a sorrir. “Quis fazer um disco que eu própria gostasse, em primeiro lugar, e aqui está!”. O álbum é muito rico estilos musicais, do pop ao eletrónico passando também pelas power balads. Conchita não quis ficar amarrada a um só estilo musical. “Tive mais de 300 canções para escolher, e escolhi aquelas que gostei mais, independentemente do estilo. Sou na realidade muito simples quando tomo decisões. O critério é mais ou menos este – ‘será que eu sinto a mensagem?’, ‘será que me entretém?’ Algumas foram adaptadas com novas orquestrações”.



A avó de Conchita foi uma das maiores apoiantes quando, ainda jovem Tom, sofria de bullying na escola. Avó que ouvimos falar muito aquando do festival de 2014 e também na sua autobiografia, mas que só agora se soube que passou parte da infância em Lisboa. “A minha avó passou parte da sua infância em Lisboa, sabe ainda falar português. Quando soube que eu vinha cá, deu-me uma lista de coisas a visitar! Tive pena de não ter tempo para o fazer!”. Contudo, “tenho de cá voltar, mas dessa vez venho mesmo com a minha avó que será, não tenho dúvidas, a melhor guia que alguma pessoa possa ter”.

No sábado, na discoteca Gossip, em Lisboa, Conchita foi recebida em ovação pelas centenas de pessoas presentes e foi em apoteose que terminou o showcase. “Ainda hoje me emociono quando vejo o meu nome em cartazes, a anunciar um espetáculo meu, e depois vejo que a sala está cheia de pessoas que vieram de propósito para me ouvir”.


No domingo, foi a primeira vencedora da Eurovisão em muitos anos a atuar em horário nobre num canal de sinal aberto em Portugal. Fê-lo na final do Ídolos e também aqui, foi recebida como uma artista merece. A propósito da sua atuação no programa Ídolos, Conchita recorda o seu tempo de concorrente de programas de caça-talentos. “Recebi muitos ‘nãos’, mas não desisti! É bom que estes concorrentes saibam que sem amor pela causa, sem luta e perseverança não vão conseguir alcançar os seus objetivos”.

Depois da Eurovisão, o que virá a seguir? “Quero ganhar um grammy!” diz a sorrir. “Mas ficará longe da Eurovisão, ou poderá tentar um regresso?”, retorquimos. “Na realidade não vou conseguir estar muito afastada, porque sou muito fã da Eurovisão! Espero que a Eurovisão não se esqueça de mim, porque eu nunca vou esquecer a Eurovisão”.


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Fonte:ESCPORTUGAL / Imagem: ESCPORTUGAL / Vídeo: ESCPORTUGAL

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  1. Rita Martins00:27

    Adorei ler. Conchita foi uma lufada de ar fresco que apareceu em agosto em Lisboa x-)

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  2. Obrigado por este excelente artigo,que,no meu caso,veio revelar alguns novos aspectos da personalidade de Conchita. Conchita e forte,e artista com A maiusculo,tem educaçao e diplomacia...Gosto imenso!

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  3. Anónimo02:36

    Muito bem. Conchita :)

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  4. Anónimo03:52

    a rtp nem noticiou nada...
    é esta a emissora publica que temos...

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  5. Anónimo07:10

    A Eurovisão não esquece a Conchita ...a Eurovisão é e será a única plataforma para ela continuar a passar a mensagem "Viva eu! Nothing matters but me!" porque de resto ... o mundo terá Kim Kardashians para aturar durante dezenas de temporadas com a mesma mensagem. What a wonderful world, this one!

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    1. 07:10 - Discordo do que afirmas sobre o pseudo egocentrismo de Conchita,ja para nao falar da comparaçao com K. Kardashian.Qual a mensagem de Kim Kardashian para o mundo por ex.relativamente a direitos humanos e de cidadania?Respeito a tua opiniao,mas nao a entendo.

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    2. Anónimo11:21

      Eu por acaso entendo. Temos ainda uma ideia muito ingénua da Conchita, e se há algo que a Conchita não é, é o ser ingénua. a Conchita é inteligente e sabe muito bem em que mundo vivemos hoje para estrategicamente estar no spotlight e ter atenção. Só lamento que ela não canalize mais a sua atenção na música, pois talento é muito, mas os interesses são outros. O CD dela anda por ai a vender, mas é como see nem existisse. As mensagens em prole dos direitos humanos são sempre bonitas ,,, mas as ações valem ouro ... red carpets não mudam mentalidades nem salvam vidas em sofrimento. You do the math!

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    3. 11:21 - Discordo.Ate meras presenças nas red carpets influenciam e operam pequenas mudanças nas mentalidades e atitudes.O Parlamento Europeu e as Naçoes Unidas sao,evidentemente,mais que red carpets.Mesmo na Russia os Putins e Vitalis nao ficam alheios a isso.The math is done!

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    4. Para se fazer algo de bom e de significado social,nao se tem de ser necessariamente como a Mae Teresa de Calcuta.Ha muitas maneiras de se chegar a um objectivo.Ingenuidade?Porque?Para que?Para que serve a ingenuidade?Para se ser eficaz,menos ingenuidade e mais racionalismo e metodologia,obrigado!

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    5. A frase proferida por Conchita ao vencer o ESC,"we are unstoppable",vai ficar na historia do evento e causou discussao e debate nomeadamente la,onde os direitos de cidadania andam pelas ruas da amargura.Isso nao vale nada? Em Portugal levou 8 anos de"discussao"para legalizar a homosexualidade!

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    6. Anónimo03:33

      O simples facto de que acreditas religiosamente nela ... )como uma adolescente que acredita nos 1D) ... prova que "the math is far from being done" ...
      Todos gostaríamos de acreditar apenas no bom nas pessoas, mas nem todos querem ser confrontados com potenciais verdades que incomodam ... da mesma forma que ninguém quer ouvir dizer que a crise grega é de total autoria do pais, da sua mentalidade cultural e politica .. todos preferem achar que tudo é culpa dos alemães ... também ninguém que adore a Conchita está preparado para aceitar que ... a Conchita é um personagem e apenas Deus saberá quem a Conchita, a pessoa, verdadeiramente é ...para o bom e para o mau. É inevitável questionar os interesses aparentemente sinceros de um personagem ... só isso.

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    7. Se te referes a mim,so tenho a dizer ,que nao acredito religiosamente em nada nem ninguem,para mim religiao ,NAO OBRIGADO. Fe,sim.Quanto ao resto NO COMMENTS.

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    8. Anónimo05:18

      Que a tua fé na Conchita não provoque danos emocionais graves ... :-)

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    9. Nao misturo FE com pessoas.Mencionei a FE como forma de diferenciar o acreditar na existencia daquilo a que chamamos Deus,daquilo que e a instituiçao religiosa.A fe nunca me ira causar traumas,nem tambem pessoas curtas de mente e atitude.Cada qual e como e. (c)

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  6. Anónimo07:11

    A RTP falar de uma discoteca gay lisboeta ou falar da Conchita porque participar num programa da concorrência, seriously? LOL

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    1. Anónimo10:15

      Felizmente a TVI não teve desses preconceitos

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  7. Anónimo08:33

    conchita uma diva dos tempos modernos.......

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  8. Anónimo11:21

    Lindo artigo. Obrigada por estarem sempre tão em cima do acontecimento

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