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[ESPECIAL] As (inúmeras) polémicas da Ucrânia na história do Festival Eurovisão


A Ucrânia está em destaque na comunidade eurovisivo devido à polémica em torno do seu processo de seleção para o Festival Eurovisão, algo que não é inédito na sua história no concurso internacional.

Estreante em 2003 e com 15 participações eurovisivas no curriculum, a Ucrânia é um dos países mais marcantes dos últimos anos do Festival Eurovisão. Com duas vitórias (e duas organizações), o país nunca falhou o apuramento para a Grande Final, mas tem tido um historial... de grandes polémicas nas finais nacionais. 

Recorde alguns destes episódios de seguida:

Depois de duas seleções internas (e da vitória de Ruslana em Istambul), a emissora ucraniana NTU realizou uma final nacional para eleger os representantes da Ucrânia no Festival Eurovisão 2005. A emissora recebeu 527 canções, o júri reduziu o lote a 75 e a emissora apresentou os temas em quinze transmissões televisivas, com a vencedora de cada gala a apurar-se para a final nacional. Contudo, a escassos dias da final nacional, e por iniciativa do então vice-primeiro ministro ucraniano Mykola Tomenko, argumentando a necessidade do concurso refletir as mudanças dramáticas na sociedade com a Revolução Laranja, a emissora elegeu 4 wildcards para a competição. "Razam nas bahato", de GreenJolly, foi uma das eleitas, tendo ganho a competição em detrimento da favorita Ani Lorak. A canção, considerada um hino não-oficial do movimento político, teve de sofrer alterações na letra após a escolha para cumprir as regras da EBU/UER, tendo em conta que a letra original era considerada política, com diversas menções ao presidente Viktor Yuschenko. Em Kiev, a canção não foi além do 19.º lugar com 30 pontos, uma das piores classificações de sempre da Ucrânia.


Em 2007, Verka Serduchka venceu a final nacional ucraniana com "Dancing Lasha Tumbai" com a votação máxima do público e do júri. A escolha levantou grande polémica, com várias manifestações no país contra a decisão, enquanto alguns deputados ucranianos também expressaram a sua desaprovação, descrevendo a personagem como "grotesca". Contudo, a expressão "Lasha tumbai" causou grande polémica nalguns país, especialmente na Rússia, devido às parecenças com "Russia Goodbye".Andriy Danylko, responsável pela personagem, garantiu que a expressão referia-se a uma expressão mongol para chantilly, algo que fora desmentido pela embaixada da Mongólia em Moscovo. No entanto, a EBU/UER aprovou a participação de Verka Serduchka, com o país a alcançar o 2.º lugar na Grande Final com 235 pontos, 12 deles oriundos de Portugal.




Em 2009, a final nacional da Ucrânia ficou marcada por uma polémica em torno de Anastasiya Prykhodko. A cantora, eliminada na semifinal, alegou que a emissora ucraniana e o júri não tinham "usado métodos corretos" para apurar os finalistas, recorrendo à eliminação afirmando que tinha o direito de defender uma canção diferente na semifinal... algo que nunca esteve contemplado nas regras. A competição foi suspensa, devido ao recurso, tendo sido realizada a 8 de março, com Svetlana Loboda a triunfar com "Be My Valentine". Por sua vez, Anastasiya Prykhodko concorreu à final nacional russa com "Mamo", onde foi acusada de compra de votos, mas acabou por vencer. Em Moscovo, a canção da Ucrânia chegou ao 12.º lugar da geral, enquanto que a Rússia, representada por Anastasiya Prykhodko e "Mamo" ficou em 11.º lugar.



Contudo, se 2009 ficou marcado por uma polémica... o que se poderá dizer de 2010? Em dezembro de 2009, a emissora ucraniana anunciou a seleção interna de Vasyl Lazarovych para a competição eurovisiva, tendo a final nacional para apurar a canção sido realizada em março: "I Love You" foi a escolhida... mas não agradou. Dias depois da escolha, a emissora anunciou, numa conferência de imprensa de emergência, a realização de uma nova final nacional com diversos cantores. Vasyl Lazarovych ficou em 7.º lugar com a canção anteriormente selecionada, sendo que Alyosha foi a vencedora com "To Be Free". No entanto, dias depois, a canção foi acusada de plágio e de não cumprir as regras da Eurovisão: a EBU/UER autorizou a mudança de canção, que acabou por acontecer fora dos prazos legais. Em Oslo, a Ucrânia acabou por ser representada por "Sweet People", cujo videoclip foi gravado na cidade fantasma de Pripyat, terminando em 10.º lugar com 107 pontos.



Com a intenção de evitar a polémica do ano anterior, a emissora ucraniana realizou uma final nacional composta por várias eliminatórias, culminando com uma Grande Final em que Zlata Ognevich e Jamala eram as grandes favoritas. Contudo, Mika Newton e "Angel" sagraram-se vencedoras da competição... até que Hanna Herman, jurada da competição, pediu a recontagem dos votos, depois de rumores sobre manipulação das chamadas. Tal queixa fez com que a emissora anulasse a votação e marcasse uma nova gala para os dias seguintes com as três primeiras classificadas... o que nunca chegou a acontecer. Jamala retirou-se da competição, alegando que a votação seria novamente manipulada, e Zlata Ognevich alegou indisponibilidade de marcar presença na gala. Deste modo, Mika Newton levou "Angel" a Dusseldörf terminando em 4.º lugar na competição, tendo sido acompanhada pela artista Kseniya Simonova em palco.


Com a final nacional agendada para dezembro de 2013, Mariya Yaremchuk foi escolhida como representante da Ucrânia em Copenhaga com "Tick-Tock". Contudo, apesar da final nacional ter decorrido sem problemas, posteriormente, a cantora foi acusada de manipulação de votos, com vários representantes de artistas a alegarem que os números estavam indisponíveis, enquanto a linha de Mariya continuava aberta. Porém, nenhuma acusação formal foi efetuada. A candidatura ucraniana voltou a estar em destaque em março de 2014, quando a península da Crimeia é invadida e anexada pela Rússia, o que faz com que as atenções em Copenhaga estivessem viradas para as comitivas dos dois países. Os rumores sobre uma eventual retirada da Ucrânia não se concretizaram, com o país a alcançar o 6.º lugar na Final com 7 pontos oriundos da (apupada) Rússia.


Depois de falhar a edição de 2015 devido a problemas financeiros, a Ucrânia regressou ao Festival Eurovisão em 2016 representada por Jamala e "1944". O tema, inspirado na história da família da cantora aquando da deportação dos tártaros da Crimeia aquando da Segunda Guerra Mundial, casou grande polémica, especialmente na Rússia. A EBU/UER aprovou a participação da canção, o que levantou críticas dos principais jornais russos que frisavam que a canção continha conteúdo político. Em Estocolmo, a candidatura apurou-se para a Grande Final em segundo lugar, atrás da Austrália, onde conquistou a segunda vitória para o país, resultante do segundo lugar do televoto e do júri.


A escolha da cidade sede do Festival Eurovisão 2017 foi um dos processos mais complicados dos últimos anos, com diversas ameaças, desistências e cancelamentos, culminando com a escolha (tardia) do Centro de Congressos em Kiev. Contudo, a edição ficou marcada pela polémica em torno da Rússia: com o conflito armado entre os dois países, a Rússia escolheu Julia Samoylova, cantora com atrofia muscular espinhal, para representar o país na Ucrânia com "Flame Is Burning". A canção foi validada pela EBU/UER, mas o governo ucraniano proibiu a entrada da cantora em solo nacional visto ter atuado, sem autorização da Ucrânia, na Crimeia. Depois de semanas de incógnita, em que chegou a ser ponderada uma atuação por satélite, a Rússia anunciou a retirada da competição, onde, meses mais tarde, a Ucrânia conseguiu o pior resultado de sempre: O.Torvald e "Time" ficaram-se pelo 24.º lugar (entre 26) com 36 pontos, 3 deles oriundos de Portugal.


Depois de um ano sem polémicas, a escolha da Ucrânia para o Festival Eurovisão 2019 está novamente em destaque. MARUV venceu a final nacional organizada pela emissora privada STB com "Siren Song", sendo que, durante a transmissão, a cantora foi questionada por Jamala sobre a Crimeia, visto que MARUV havia atuado recentemente na Rússia. Depois da vitória, a emissora ucraniana UA:PBC recusou-se a reconhecer a artista como representante do país em Telavive até à assinatura de um acordo entre as duas partes, algo que nunca chegou a acontecer, com a artista a alegar que se "tornaria uma escrava" e não queria "servir como bandeira política". Uma das cláusulas do contrato exigia o cancelamento de todos os concertos da artista na Rússia. O grupo Freedom Jazz, segundo classificado na final nacional, também já recusou publicamente o convite para representar a Ucrânia no Festival Eurovisão.


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Fonte/Imagem: ESCPORTUGAL /Vìdeo: Youtube

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  1. Ucrânia e Rússia sempre utilizando o ESC para trocar farpas entre si. Por mim podiam ficar 5 anos de fora da competição como punição, para ver se aprendem a separar as coisas e de fato abraçar o espírito festivo da Eurovisão.

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  2. Anónimo11:55

    Eles já recusaram participar (post do Instagram deles)

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