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[ZONA DE DISCOS #47] Dina - "Dinamite" (Reedição)


Todas as semanas no ESCPORTUGAL, a crítica aos álbuns editados por artistas que participaram no concurso Eurovisão da Canção e/ou seleções nacionais ao longo dos anos. Esta semana o destaque vai para a reedição do primeiro álbum de Dina, "Dinamite".
O responsável da rubrica é Carlos Carvalho.

Lançamento: 16 de março de 2018
Nota: 8,5/10

Reduzir ou avaliar a carreira da Dina com base em “Amor d'água fresca” é o mesmo que reduzir ou avaliar a carreira dos The Cure com base em “Friday I'm in Love”, canções importantes na carreira de ambos, mas longe de serem exemplificativas da essência artística dos seus criadores. 

 Foi com enorme tristeza que, em 2016, recebemos a notícia do do adeus de Dina aos palcos, mas foi com desmedida satisfação que vimos que esse adeus foi feito pela porta grande através da re-descoberta e divulgação do seu legado por mão de uma nova geração de artistas e apoiado por uma massiva cobertura dos média. E o reconhecimento / agradecimento continua através da re-edição, em vinil, do primeiro longa-duração de Dina, “Dinamite”, sendo apresentado, em nota de “press release” como um “disco seminal da música moderna portuguesa”.

Num olhar retrospectivo de 36 anos, o universo da música portuguesa, no ano de 1982, significa, sobretudo, “Patchouly” do Grupo de Baile (editado em 1981), ou “Amor” dos Heróis do Mar, mas foi também em 1982 que Dina, embora longe do mediatismo merecido, lança um dos álbuns que define a moderna música portuguesa de então, “Dinamite”. 


 Composto por 8 faixas e com o selo da Polygram, Dinamite reivindicava, em termos sonoros, a equiparação de Portugal com o que de melhor se fazia nos grandes mercados internacionais. Com contornos claramente pop, o álbum situa-se algures entre a synthpop, new wave e funk (não esquecendo as baladas) e foi a nossa resposta a “Girls on film” dos Duran Duran ou Kids in America (1981) de Kim Wilde. Contudo, o álbum “foi morto” pela própria editora, ao enviar três canções, sem o conhecimento de Dina, para o Festival da Canção, ficando, assim, o disco limitado e estigmatizado a “Gosto do teu gosto” - o tema MENOS interessante de toda a discografia da Dina -, ofuscando os verdadeiros explosivos do álbum, como, por exemplo, “Isso é que era bom” ou “Nem mais”. 

 É o melhor trabalho de Dina? Na nossa opinião, não! “Guardado em mim” (edição de 1993 – não a de 2002) e “Sentidos” (1997), são as suas grandes obras…. Mas isto é assunto para próximas análises.

Alinhamento
1. Deixa lá
2. Tu sem mim
3. Desamparem-me a loja
4. Em segredo


5. Gosto do teu gosto


6. Isso é que era bom
7. Nem mais (tema destacado por Carlos Carvalho)


8. Dinamite

         
Pode ouvir o disco AQUI

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Fonte: OPINIÃO CARLOS CARVALHO / Imagem: GOOGLE / Vídeo: YOUTUBE
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  1. Anónimo14:06

    "Gosto do teu gosto", caro homónimo Carlos! Os meus parabéns pela sua bela crónica sobre a nossa Dina. E digo "nossa" pois a música de Dina está mais do que guardado em mim: Faz parte de mim! A Dina é algo que se pode dizer que foi vítima de ódio. Ao longo destes anos, que cruza já cinco décadas (1975-2018), a Dina não foi falada muito pela sua música, mas por visões mesquinhas/distorcidas/primitivas sobre a postura humanista, em nome de uma etérea Igualdade, que a Dina tomou publicamente em certa altura, mas que todos sabiam desde sempre. Aqui está incluído também a falta de competência de, sobretudo, uma rádio nacional que pura e simplesmente não passa a música de Dina por razões xenófobas. E é também por essas razões que estão continuamente a ser editados trabalhos antigos de Dina, em vez de as editoras cumprirem a sua palavra e editarem trabalhos novos. É este o País que temos, mas que está na nossa mão fazer deste Portugal algo melhor, acabando com as célebres cunhas e padrinhos que vários incompetentes têm. Tive a grande honra e privilégio de estar nos concertos de Celebração em 26 Setembro de 2009 (Teatro São-Luiz) e a 15 de Outubro de 2010 (Vila do Conde), para além do DINAMITE a 24 de Março de 2016 no Rivoli (Porto), onde se constatava a presença em palco ( onde incluo também a voz, com o seu belíssimo timbre único) de uma verdadeira profissional que terei sempre vivo em mim. A Dina tem muita qualidade melódica e instrumental, mas as editoras deste Portugal não têm gente competente lá dentro...

    Também gosto do Guardado em Mim, mas a compilação de 2002, que inclui todas as músicas de 1993 (com novos arranjos e regravados com a voz actual - de 1993). O trabalho de 1993 foi reeditado em 2015 (https://itunes.apple.com/pt/album/guardado-em-mim/1022584226). Aguardo ansiosamente pela sua análise dos dois extraordinários trabalhos que refere.

    NB - "Gosto do Teu Gosto" era para ser só instrumental, mas o Avelar de Pinho forçou a Dina para uma letra pastosa e paupérrima. A nível instrumental e melódico é uma jóia! Lembro que a música foi inspirada na música tradicional búlgara - Dina participa em 1981 no Festival de Música de Slantchen Briag, na Bulgária, onde interpretou um tema de um compositor búlgaro e "Há Sempre Música Entre Nós".

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  2. Anónimo17:06

    "Gosto do teu gosto", caro homónimo Carlos! Os meus parabéns pela sua bela crónica sobre a nossa Dina. E digo "nossa" pois a música de Dina está mais do que guardado em mim: Faz parte de mim! A Dina é algo que se pode dizer que foi vítima de ódio. Ao longo destes anos, que cruza já cinco décadas (1975-2018), a Dina não foi falada muito pela sua música, mas por visões mesquinhas/distorcidas/primitivas sobre a postura humanista, em nome de uma etérea Igualdade, que a Dina tomou publicamente em certa altura, mas que todos sabiam desde sempre, já que a Dina é considerada a primeira mulher que começou a cantar as suas próprias composições. Aqui está incluído também a falta de competência de, sobretudo, uma rádio nacional que pura e simplesmente não passa a música de Dina por razões discriminatórias. E é também por essas razões que estão continuamente a ser editados trabalhos antigos de Dina, em vez de as editoras cumprirem a sua palavra e editarem trabalhos novos. É este o País que temos, mas que está na nossa mão fazer deste Portugal algo melhor, acabando com as célebres cunhas e padrinhos que vários incompetentes têm. Tive a grande honra e privilégio de estar nos concertos de Celebração em 26 Setembro de 2009 (Teatro São-Luiz) e a 15 de Outubro de 2010 (Vila do Conde), para além do DINAMITE a 24 de Março de 2016 no Rivoli (Porto), onde se constatava a presença em palco ( onde incluo também a voz, com o seu belíssimo timbre único) de uma verdadeira profissional que terei sempre vivo em mim. A Dina tem muita qualidade melódica e instrumental, mas as editoras deste Portugal não têm gente competente lá dentro...

    Também gosto do Guardado em Mim, mas a compilação de 2002, que inclui todas as músicas de 1993 (com novos arranjos e regravados com a voz actual - de 1993). O trabalho de 1993 foi reeditado em 2015 (https://itunes.apple.com/pt/album/guardado-em-mim/1022584226). Aguardo ansiosamente pela sua análise dos dois extraordinários trabalhos que refere.

    NB - "Gosto do Teu Gosto" era para ser só instrumental, mas o Avelar de Pinho forçou a Dina para uma letra pastosa e paupérrima. A nível instrumental e melódico é uma jóia! Lembro que a música foi inspirada na música tradicional búlgara - Dina participa em 1981 no Festival de Música de Slantchen Briag, na Bulgária, onde interpretou um tema de um compositor búlgaro e "Há Sempre Música Entre Nós".

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