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Portugal: Diretor do Teatro Nacional adere a boicote cultural a Israel... e embaixador reage



O diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, anunciou que teria cancelado a sua participação num festival em Jerusalém, a realizar em junho, aderindo assim ao boicote cultural a Israel. O Embaixador de Israel em Portugal já reagiu.

O diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, cancelou a sua participação num festival em Jerusalém, em junho, e decidiu aderir ao boicote cultural a Israel, de acordo com um comunicado divulgado ontem por aquela entidade e difundido por diversos orgãos de informação. No comunicado, Tiago Rodrigues começa por explicar que, embora se oponha “de forma veemente à opressão do povo palestiniano pelo governo israelita”, aceitou o convite para apresentar a peça “By Heart”, em junho, no Israel Festival, em Jerusalém, “promovido por uma organização sem fins lucrativos que se apresenta como um projeto artístico que promove uma sociedade plural e pacífica”. Entretanto, apercebeu-se, “através das comunicações oficiais do festival”, que a edição deste ano “marca o 70º aniversário da independência do Estado de Israel'”. “A menção desta celebração por parte do festival não é acompanhada de uma única palavra de crítica à conduta do Estado de Israel face ao povo palestiniano durante os últimos 70 anos. Este é um anúncio de grande significado político sobre o qual não fui informado quando fui convidado a participar no festival. Não aceito que o meu trabalho artístico seja usado com motivos políticos sem o meu acordo”, lê-se no comunicado do diretor do Teatro Nacional D. Maria II.

Entretanto, o Embaixador de Israel em Portugal acusou esta sexta-feira o diretor artístico desse Teatro Nacional de ter “optado conscientemente por se tornar refém de uma organização terrorista como o Hamas”, ao cancelar a participação num festival em Jerusalém. "Eu, Raphael Gamzou, embaixador de Israel em Portugal, venho expressar a minha perplexidade ao tomar conhecimento de um artista que prima pelo talento e pela originalidade, como é o caso de Tiago Rodrigues, ter optado conscientemente tornar-se refém de uma organização terrorista como o Hamas. Uma organização extremista, cínica e cruel, até para o seu próprio povo”, refere o diplomata num comunicado enviado esta sexta-feira à agência Lusa e citado pelo jornal online Observador. O diplomata salienta que “Israel é uma democracia há precisamente 70 anos — algo que seguramente merece ser celebrado”, referindo que o país “tem sido forçado a defender-se a si e aos seus civis de uma organização terrorista”.

Recorde-se que Israel ganhou o Festival Eurovisão da Canção 2018, no passado sábado em Lisboa. Apesar da intérprete, Netta Barzilai, e responsáveis da televisão pública e do país terem afirmado que a edição de 2019 irá decorrer em Jerusalém,  não é ainda certo que tal venha de facto a acontecer, atendendo aos diversos problemas políticos e bélicos em curso nesse país.

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Fonte: OBSERVADOR /Imagem: GOOGLE 
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  1. Anónimo23:54

    Tanto quanto sei, "By heart" é uma coprodução do Teatro NACIONAL D. Maria II com o Teatro MUNICIPAL Maria Matos. Este senhor pode, sozinho, impedir a inclusão do espetáculo no citado festival de teatro em Israel? O governo (porque se trata de um teatro nacional) e a autarquia (porque se trata de uma coprodução com um teatro municipal) não têm uma palavra a dizer? Concordam com a desistência da participação? Uma outra pergunta, que, reconheço, foge ao tópico: desde dezembro de 2014, quando iniciou as funções de diretor do teatro Nacional D. Maria (para que foi reconduzido em 2017), até hoje, quantos dias/noites o Teatro Nacional teve as portas das suas (duas) salas abertas ao público (não me refiro ao café nem à livraria)?

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    1. Anónimo01:32

      A nao ser que o Teatro Municipal Maria Matos queira Amar Pelos Dois, vai ter de aguentar, pois o Tiago Rodrigues é o produtor, é responsável pelo Texto, pela Encenação e Interpretação. É ainda na qualidade de director do TNDM II o responsável pela colocação da peça em Portugal e alem fronteira. Por isso sim, ele sozinho pode considerar colocar a peça onde quiser e estou completamente de acordo que nao a coloque em Israel. E em relação ao embaixador de Israel, digo-lhe que é uma vergonha que esteja no meu pais, pois nem Portugues entende, o Tiago Rodrigues está contra a opressão do povo palestiniano que é muito diferente de dizer que apoia o Hamas. Ta de costas quentes por causa dos EUA, entao encha o peito e retorne para a sua terra de conflito e matança, 70 anos de história que terror e roubo é o que vocês têm, mas chamam-lhe democracia.

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    2. Anónimo11:31

      Israel é de facto a única democracia no Médio Oriente e o único país naquela região onde as mulheres têm os mesmos direitos que os homens e onde os homossexuais não vão presos simplesmente por serem homossexuais. Mas coitadinhos dos palestinianos que escolheram uma organização terrorista para os governarem e cujo e único objectivo é a aniquilação TOTAL de Israel e dos judeus.

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    3. Anónimo17:36

      01:33 - Portanto, o espetáculo que representaria o teatro português nesse festival de teatro em Israel foi concebido pelo próprio diretor do Teatro Nacional português, com fragmentos de William Shakespeare, Ray Bradbury, George Steiner e Joseph Brodsky, prestigiados dramaturgos portugueses. O embaixador de Israel não entende português (contrariamente, decerto, à maioria dos embaixadores creditados em Portugal e aos creditados em Tel Aviv - todos certamente fluentes em hebraico). Fica-se sem saber quantos dias/quantas noites desde dezembro de 2014 as duas salas do Teatro Nacional D. Maria II apresentaram teatro ao público, mas há segredos que é melhor não revelar.

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  2. Anónimo12:15

    01:31, Lá porque Israel é " o único país naquela região onde as mulheres têm os mesmos direitos que os homens e onde os homossexuais não vão presos simplesmente por serem homossexuais", não quer dizer que tenham que chacinar o povo palestiniano. E não, o "único objectivo" não "é a aniquilação TOTAL de Israel e dos judeus" por parte dos palestinianos. Precisamente o contrário; Sabe-se agora e com provas documentais, que em 1948 houve uma enorme limpeza étnica, onde dois terços da população palestina – aproximadamente 800 mil pessoas – foram expulsos de suas casas e mais de 500 vilas foram destruídas, e muitas mortes incluídas ,claro. A estrutura da sociedade civil palestiniana fora aniquilada e, o que restou dela, exilada. Agora diga-me, quem tem mais motivos para ser revoltado! Faça só um exercício: Se o seu vizinho de repente decidi-se acampar ou fazer um anexo no seu quintal, você certamente iria adorar!

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