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Gonçalo Madail: "A partir de janeiro entramos na fase de execução"

Gonçalo Madail e Nuno Galopim deram uma entrevista ao Diário de Notícias onde falaram do processo criativo por detrás do Eurovision Song Contest 2018 e do processo executivo que terá  início em janeiro.


Gonçalo Madail, diretor da RTP e diretor criativo da Eurovisão 2018, deu uma entrevista ao Diário de Notícias onde explicou o processo de criação e execução por trás do concurso europeu. Na preparação dos três espetáculos, as duas semifinais e a final, trabalham diariamente cerca de 30 pessoas nas instalações da RTP. Começaram em agosto. No dia do evento "bem mais de mil pessoas" estarão envolvidas, refere Gonçalo Madail. "Estivemos em fase de preparação, a partir de janeiro entramos na fase de execução".

A grande final da Eurovisão deve reunir cerca de 200 milhões de espetadores em frente à TV. Se o número não chegar para impressionar já, faça-se um exercício de comparação: a cerimónia de entrega dos Óscares chega a quase 33 milhões de pessoas e a final da Liga dos Campeões a aproximadamente 350 milhões.

Estes responsáveis recordaram que 43 países irão marcar presença na primeira edição da Eurovisão em solo português. Cálculos rápidos de Gonçalo Madail apontam mais de mil pessoas só entre os que estão diretamente envolvidos na organização. Cada delegação é composta por cerca de 25 pessoas. "Alguns países trazem 15 elementos, em alguns pode chegar a 40 ou 50". Fora os jornalistas, mais de mil, que habitualmente são  registados, "da CNN até à televisão chinesa."

Estes números sobem em flecha quando se juntam os espetadores da final, semifinais, ensaios para o júri nas vésperas e os que acontecem à tarde, vocacionados para famílias. As entradas estão a ser vendidas em vagas que têm esgotado rapidamente. As próximas são anunciadas em janeiro.

All Aboard, todos a bordo, é o mote da Eurovisão em 2018, na linha inclusiva que vem marcando as últimas edições (Kiev apoiou-se no Celebrar a Diversidade). "É uma oportunidade para Portugal, que é uma experiência de convivência pacífica, se mostrar", reflete Gonçalo Madail, explicando que o título remete também para os oceanos, junção tanto mais relevante quanto o quartel-general da Eurovisão será no Parque das Nações, duas décadas exatas depois da Expo 98.

Os oceanos foram o ponto de partida do designer escolhido para conceber o cenário da Eurovisão. "Das nove propostas recebidas, a de Florian Wieder foi considerada a melhor e a mais adequada ao conceito definido para o evento, reunindo a unanimidade de todos os elementos da equipa criativa e da produção executiva", segundo um comunicado da RTP. A edição de 2018 é, também, uma edição que, pelo lado da RTP, procurou trazer a simplicidade da interpretação de Salvador Sobral de Amar pelos Dois para o concurso. "Seguirmos o exemplo dele, ser menos uma demonstração tecnológica, mas mais de música." Quando se trata de falar desta operação, Gonçalo Madail, explica, num entusiasmo incontido, que a Eurovisão é "uma oportunidade que temos de fazer bem".

Gonçalo Madail, recorda ainda o dia 14 de maio, quando Salvador e Luísa Sobral foram recebidos por centenas de pessoas no aeroporto de Lisboa  e os responsáveis da RTP acusavam a responsabilidade que vem com a vitória. Esperavam aí a primeira reunião com os responsáveis da EBU para a passagem da pasta. "Agridoce", o sentimento, recorda Gonçalo Madaíl sete meses depois. Mas... "já houve países com dimensão pequena que organizaram o festival da Eurovisão e é bom acusarmos essa responsabilidade".

Neste processo, o responsável da televisão pública deseja que se aprenda o máximo possível do formato da Eurovisão. Alguns elementos da equipa em áreas "mais técnicas e tecnológicas" são pessoas já com experiência neste formato, de outras nacionalidades, mas a direção, afiança Madail, pertence à RTP. "Temos tantos profissionais nacionais quanto possível. A equipa é liderada a 90% por portugueses." Dela fazem parte, além dele próprio, João Nuno Nogueira, produtor executivo, e Carla Bugalho, diretora do concurso e chefe da delegação portuguesa na Eurovisão.

A Eurovisão terá um impacto maior do que a Web Summit, avisa Madail. Além de montar o espetáculo televisivo, a estação pública é responsável por fornecer programas para as diferentes delegações que serão acompanhadas de voluntários enquanto durar a operação. "Nós, Lisboa, temos a obrigação, e o prazer, de lhes proporcionarmos experiências." Um dos pontos de passagem obrigatória é a Eurovillage: um ponto de encontro que vai nascer no Terreiro do Paço, no coração de Lisboa, com representações dos diferentes países e passagens garantidas de vários dos artistas. "É uma forma de toda a cidade se envolver gratuitamente com o universo da Eurovisão que a visita", explica o jornalista Nuno Galopim, consultor do Festival da Canção e supervisor da equipa criativa da Eurovisão.

Galopim traça um retrato breve dos últimos anos do concurso. A marca deu sinais de erosão, mas vem recuperando na última década. "Começou a mudar quando optou por um sistema de votação fifty fifty, devolvendo 50% da pontuação a um júri profissional, de pessoas ligadas à música, e deixando apenas 50% ao televoto. Em 2009, quando isso acontece pela primeira vez, a vitória é de Alexander Rybak, da Noruega. No ano a seguir ganha a Lena, com Satellite, da Alemanha", nota Nuno Galopim.

Entre os países do chamado Big Five da Eurovisão, aqueles que têm passagem direta à final por serem os que mais contribuem para European Broadcast Union, a Alemanha foi o único que venceu o concurso já com as novas regras. França, Itália, Espanha e Reino Unido são os outros países deste grupo que têm passagem garantida para a final.

Com as novas regras, "os países começam a mandar canções mais interessantes", segundo Nuno Galopim. A provar o que diz, o desfile que se ouviu em Kiev em 2017. Cita, de cor, Bélgica, Finlândia, Bulgária. "Assim como havia várias boas canções em Estocolmo", nota. "Tem sido um processo gradual de reinvestimento", remata o creative team supervisor na designação inglesa usada entre os membros desta equipa internacional sediada em Portugal.

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Fonte: DN / Imagem: RTP
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  1. Anónimo11:23

    Mas porque é que tem de haver menos tecnologia?! Não podem conciliar a música com a parte tecnológica?? Fogo... podíamos tentar apresentar uma Eurovisão muito mais desenvolvida que as outras..

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    1. Anónimo14:18

      Mais desenvolvido do que num festival de canções estarmos mais concentrados nas próprias das canções?

      Reparando no esc 2017, a criatividade dos países ficou muito aquém... Muitos usaram a cara dos cantores nos ecrãs Led.
      Quem quiser apostar nesse jogo de imagens pode sempre fazer como a Rússia no esc 2016 e levar o seu próprio...

      Não tira nada ao evento, à organização e à nossa imagem não usar esses mesmos. E não esqueçamos que o mr Florian prometeu outras inovações. Esperemos para ver.
      E deixemos de lado esse pequenez e mania de criticar e colocar sempre para baixo o que é nosso!
      RRR

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    2. Anónimo15:30

      Eu não coloquei nada para baixo do que é nosso!! Estou a apoiar totalmente a nossa organização e como português, quero ser bem representado

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    3. Anónimo22:52

      Na minha opiniao é uma boa maneira de os paises apresentarem novas apresentacoes em palco... Ultimamente andava se sempre a volta dos LED... Esqueciam se os dançarinos, tambores,adereços,...
      Alias penso que os paises nas finais nacionais deveriam nao ter LEDs tambem para que os cantores pensemja em apresentacoes inovadoras... Por exemplo cair agua a fazer efeito chuva... Alias a RTP ja fez isso no The voice... E so um exemplo...

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    4. Anónimo01:43

      Anónimo das 22:52, isso dos tambores e adereços é a coisa mais parola de sempre!!!!! Porque não pode ser uma Eurovisão do género MTV Music Awards?? Como a Suécia fez em 2016... estamos em pleno séc XXI

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  2. Anónimo12:42

    Adoro a imagem..... super colorida e cativante!

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  3. Anónimo13:31

    Eu gostava era que a RTP iluminasse bem a arena, à imagem das arenas da Suécia em que existe muita luz na plateia e isso cria uma excelente imagem televisiva. Note.se a diferença entre 2016 e 2017...

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  4. Anónimo19:10

    Acho que vamos ter o pior show televisivo dos últimos anos... estilo Natal dos Hospitais da Eurovisão

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