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[ENTREVISTA] Joana Duarte: “Desejo que as pessoas não tenham preconceitos de qualquer espécie”

Joana Sequeira Duarte é a autora da canção “My Paradise”, uma das poucas escritas em inglês no Festival da Canção 2017. “O meu desejo: que as pessoas não tenham preconceitos de qualquer espécie”, afirmou em entrevista com o ESCPORTUGAL. 


“My Paradise” é a canção n.º 1 da semifinal 2, agendada para 26 de fevereiro. Foi “inesperado” o convite para participar no Festival da Canção 2017 “por parte do Toli César Machado e do Paulo Carvalho [agente dos GNR]”, começou por afirmar Joana Sequeira Duarte em entrevista esta noite com o ESCPORTUGAL. Trata-se da sua primeira experiência no festival. “Já não vejo um Festival da Canção há imensos anos”, reconheceu, “mas, apesar de não seguir, continuo a ter o mesmo respeito de quando era miúda e via as edições todas e cantava as músicas todas com as minhas amigas nas noites de verão”.

De espectadora assídua em criança a autora do mítico programa da RTP foi um abrir e fechar dos olhos. “Ter a oportunidade de escrever uma letra para o festival é desde logo uma honra, principalmente para uma canção do Toli. O meu contributo é mesmo este, dar forma através de palavras a uma canção e fazer com que essas palavras tenham espaço e força em si próprias para chegar a mais pessoas”.

Joana Sequeira Duarte escreve habitualmente em inglês. Esse foi, aliás, um dos critérios para a escolha da letrista, nas palavras de Tóli César Machado em entrevista recente ao ESCPORTUGAL: “Vou aproveitar esta porta aberta da RTP e apresentar uma canção em inglês. A ideia foi minha e convidei a Joana Duarte porque sei que escreve muitíssimo bem em inglês. Na Eurovisão não faz muito sentido esta canção ser cantada em português… em mais de 40 países, só dois ou três apostam nas suas línguas maternas”. Recorde essa entrevista AQUI.

Joana Sequeira Duarte é membro ativo da banda The Happy Mess, um dos projetos mais criativos da nova música portuguesa. “Escrevo algumas coisas para The Happy Mess”, afirmou, “mas escrevo mais em trabalhos próprios, individualmente ou em co-autoria”. A sua inspiração surge por vezes nos locais mais inesperados. “Geralmente viagens de comboio, de avião, de autocarro, sempre a ouvir boa música… são bons momentos de inspiração”. Um dos singles que destacamos com letra da própria Joana Sequeira Duarte é este:


A RTP abriu, pela primeira vez, a porta a canções escritas em qualquer idioma. Contudo, apenas três em 16 canções foram escritas em inglês. Perguntámos à nossa interlocutora se pensa que isso será prejudicial à sua candidatura ou poderá até ganhar pontos pela diferença. “O meu desejo: que as pessoas não tenham preconceitos de qualquer espécie. E que acreditem, sobretudo, no que estão a ouvir, sem evidenciar o facto de estar escrito (ou estar a ser cantado) em chinês, inglês, português ou sueco. É só um desejo”. 

Falámos do título da canção. “My Paradise foi o título que o Toli escolheu depois de ter lido a letra. My Paradise é um poema e é um lugar de crença positiva, de ausência, de amor fragmentado bem como fragmentada a Europa, de nostalgia e novamente de crença”.

Sem podermos ouvir a canção nem revelar ainda o nome do jovem intérprete da canção, perguntámos se "My paradise" poderia fazer parte do reportório de canções a interpretar pela própria Joana. A resposta foi pronta: "Sim... desde que os outros Happy Mess concordassem" (risos).

Joana é arquiteta, coreógrafa, faz parte dos The Happy Mess … é a verdadeira mulher dos 7 ofícios com uma criatividade fora do vulgar. “O seu dia tem quantas horas?”, perguntámos a sorrir. “As mesmas 24 horas”, respondeu com o mesmo sorriso. “De momento estou mais focada nos Happy Mess, no agenciamento e road manager de artistas na área da Música”.

Numa conversa sem pressas nem reservas, houve espaço para falar de festivais de outros tempos. “Já não vejo um festival há imensos anos”, lamentou. “Hoje em dia, volta e meia, costumo ver no YouTube as edições da década de 70. Cantores que muito admiro com letras super poderosas.... canções belíssimas”. Joana também não segue o festival Eurovisão. “Não sigo, não tenho uma opinião sustentada. Só do que me recordo enquanto criança, que torcíamos sempre muito por Portugal e, como quase sempre, ficávamos no fim da lista. É difícil para um país como o nosso sobreviver, não por falta de qualidade (já se sabe) mas porque ninguém leva a sério a nossa pequena presença no mundo (risos)". Não quisemos, mesmo assim, deixar de desafiar Joana Duarte para nos destacar duas canções. "Do festival, “Cavalo à Solta” (1971), interpretada por Fernando Tordo, com letra Ary dos Santos, e da Eurovisão “Conquistador” (1989), interpretada por Da Vinci com letra Ricardo e Pedro Luís".



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Fonte: ESCPORTUGAL, JOANA SEQUEIRA DUARTE /Imagem: FESTAS DO MAR CASCAIS / Vídeo: YOUTUBE
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  1. Anónimo01:33

    Gosto muito da onda Happy Mess. Se for assim, estamos bem

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  2. Anónimo01:45

    Mais uma perdida no tempo e no espaço. Merece ficar pela semi

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    1. Anónimo02:37

      Já ouviste a canção por acaso?

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    2. Anónimo18:57

      Quem esteve perdido no tempo e no espaço foi o festival rtp da canção lol normal estes compositores não o seguirem...

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  3. Anónimo02:25

    Adorei a entrevista. E mais importante gosto muito do teu trabalho desta letrista nos Happy Mess

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  4. Anónimo09:05

    O intérprete até pode ser muito bom. Mas eu gostava que fossem os Happy Mess.

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  5. Anónimo11:28

    Tenho pena de apenas haverem 3 canções em inglês. Espero realmente que estas não sejam prejudicadas, principalmente pelo júri. No entanto, mais importante que a língua é a canção em si e, como tal, que ganhe a melhor.

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  6. Anónimo11:30

    Definitivamente não é uma mulher curiosa. No YouTube também há imagens dos ESC mais recentes; dado ter sido convidada a escrever uma canção para um programa onde se escolhe a representação portuguesa no ESC, esperar-se-ia que fosse ver o que nos últimos anos lá tem sido apresentado (e como tem sido apresentado). Mas não, não é uma pessoa curiosa. Mas o pior é que talvez não seja a única a não o ser...

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    1. Ricardo Alves11:39

      Concordo. Mas isso acontece com todos, com exceção do Feist e do Nuno Gonçalves dos The Gift. Estes mostraram que conhecem e deram vários exemplos.

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    2. Rui Fernandes22:19

      Pensem que isso pode ser uma vantagem. O ESC precisa de originalidade e a pouco que tem havido tem sido bem compensada pelos votos, sobretudo do júri.

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  7. Anónimo13:26

    Aplausos por arriscar escrever em inglês. Os tugas ouvem muita musica inglesa, porque haverá de haver preconceitos no festival da canção?

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