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Christer Björkman: "É preciso consistência para que algo resulte"


A poucos dias da revelação dos artistas participantes no Melodifestivalen 2017Christer Björkman, responsável pela reformulação do certame em 2002, revelou alguns segredos do sucesso da final nacional sueca para o Festival Eurovisão.

A pré-temporada eurovisiva é marcada pelas escolhas dos países para o Festival Eurovisão: enquanto alguns escolhem por seleções interna, a maioria opta por realizar algumas finais nacionais. Em 2002, o formato do Melodifestivalen foi reformulado e, desde então, o concurso tornou-se no maior programa de televisão do ano na Suécia e um dos mais acompanhados pelos eurofãs. O site oficial do concurso europeu esteve à conversa com o homem por trás do concurso, Christer Björkman, representante da Suécia no Festival Eurovisão de 1992 e considerado como um dos homens-fortes do certame europeu.


Considerado por muitos como o Saant Graal das finais nacionais, o Melodifestivalen nem sempre foi um "mar de rosas", garante Christer Björkan: "A reformulação de 2002 foi o crescimento de uma para seis galas consecutivas e ao vivo (...) Mas a nossa história foi a mesma que a de muitos outros países europeus na década de 1990. Tínhamos chegado a um ponto em que só um tipo de música resultava no concurso. As rádios não a passavam, as pessoas não compravam e era uma sorte o vencedor se tornar um sucesso, algo que nem sempre foi o caso. E os cantores contemporâneos fugiam do concurso a sete pés...". 



Nessa altura, a emissora sueca SVT decidiu intervir e tinha duas opções: reduzir a grande produção televisiva ou desenvolver ainda mais o formato. A SVT optou pela última e chamou Christer Björkman que, anos antes, havia representado a Suécia no Festival Eurovisão 1992 e participado no Melodifestivalen 1999. "Eles chamaram-me e perguntaram se eu estava interessado em desenvolver este novo conceito. Eu disse logo «Sim, eu adoraria»" explica o produtor sueco, explicando que "A SVT foi muito inteligente ao ponto de perceber que é preciso consistência para que algo resulte. Foram precisos vários anos para que o público confiasse no conceito".



Contudo, Christer estende as palavras a todos os formatos televisivos: "Na televisão, para que um novo formato tenha sucesso temos de lhe dar quatro ou cinco anos. As pessoas querem saber o que está a chegar e, só depois, se torna uma tradição e pode então construir o público-alvo do evento. O nosso público-alvo é a população em geral". Desde 2002, ano da reformulação, que a SVT procura que o certame seja um programa familiar: "Queríamos fazer algo para a família. Quando chegámos ao ponto fulcral, os espectadores aceitaram-nos como tal e o Melodifestivalen tornou-se uma tradição: é quase como o Natal ou outro feriado, pois já faz parte do calendário das pessoas".

"No primeiro ano do novo formato, as pessoas estavam um pouco cépticas, algo que aconteceu com os artistas e compositores. No segundo ano tivemos basicamente o mesmo tipo de artistas e as coisas foram evoluindo lentamente: alguns artistas que se recusavam a regressar, voltaram ao evento e alguns novos e bons artistas de música contemporânea estrearam-se" afirma, revelando que o investimento resultou e que um dos seus principais frutos foi o sucesso internacional de Loreen após a vitória no Festival Eurovisão em 2012. 


Com oito participações entre os cinco primeiros classificados no Festival Eurovisão desde 2002, a Suécia tem-se tornado uma das maiores potências eurovisivas levando a que muitos eurofãs afirmem que o «Melodifestivalen está a tornar-se maior que a Eurovisão para os suecos». Contudo, Christer rejeita essa afirmação: "Eurovisão é, obviamente, algo muito maior. Desde 2011 temos apostado em levar uma proposta vencedora, trazendo um júri internacional para a nossa final nacional. Eu diria que este é o primeiro passo do processo de uma candidatura vencedora":



No entanto, o produtor garante que o concurso sueco se destaca como uma grande plataforma para os artistas independentemente da sua ida ou não ao Festival Eurovisão: "Digamos, hipoteticamente, que a Eurovisão acabaria. Será que manteríamos o nosso concurso como uma plataforma para o lançamento da nova música sueca? Sim! Como poderíamos fazê-lo? Não tenho ideia, mas iriamos fazê-lo. É como agora, o Festival Eurovisão é a nave-mãe e o Melodifestivalen é o seu maior satélite".

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Fonte: eurovision.tv/Imagem: SVT /Vídeo: Youtube
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  1. Anónimo13:55

    A reformulação que faz falta na RTP

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  2. Anónimo14:02

    A RTP deveria ler este artigo e decorar. Qdo digo RTP digo a chefe de delegação, que com este e outros cargos anda nisto ha anos, a direção de programas e as imensas pessoas que costumam ir na delegação.

    ResponderEliminar

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